O dólar comercial iniciou a terça-feira (8) com alta de 0,99%, cotado a R$ 5,4777, refletindo a preocupação do mercado com os recentes movimentos do governo dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em queda de 1,26%, aos 139.490 pontos, após semanas de volatilidade causada pelas recentes tensões comerciais.
Impacto das novas tarifas de Trump no mercado
Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou até agosto a implementação de tarifas sobre importações, ampliando o prazo de negociações com parceiros comerciais. A medida, inicialmente prevista para começar a valer nesta quarta-feira (9), acende um alerta global, dado o potencial impacto inflacionário e na economia mundial.
Trump enviou cartas a 14 países notificando sobre tarifas de 25% a 40% a partir do próximo mês. “Este gesto demonstra força e compromisso dos EUA com seus interesses comerciais”, declarou o mandatário americano. Ainda nesta semana, o governo deve enviar notificações a mais nações, aumentando a incerteza no cenário internacional.
Saída de Trump: aumento das tensões políticas e econômicas
Além do escalonamento tarifário, Trump anunciou uma tarifa adicional de 10% para países considerados alinhados às políticas antiamericanas do grupo BRICS, embora não tenha especificado quais seriam essas políticas. A medida causa preocupação por elevar o risco de retaliações múltiplas, prejudicando as negociações comerciais e possivelmente freando o crescimento global.
Reações internacionais não tardaram. China criticou o uso de tarifas como instrumento de coerção, enquanto a Rússia reforçou que o BRICS “não atua contra terceiros”. A África do Sul ressaltou que o objetivo do bloco é reformar a ordem multilateral, sem intenções de confrontos.
Repercussões no mercado financeiro
O impacto imediato se reflete na valorização do dólar, que acumulou alta de 0,99% na semana, além de aumento de 0,81% no mês e uma queda de 11,36% no ano. O Ibovespa, por sua vez, acumula queda de 0,58% na semana e 1,26% no mês, mas mantém avanço de quase 16% no ano.
Analistas alertam que o cenário de incerteza deve se intensificar nos próximos dias, com volatilidade maior e maior risco de oscilações cambiais e acionárias. Segundo especialistas, as tensões comerciais podem levar a uma desaceleração da economia dos EUA e afetar o crescimento global, além de pressionar a inflação interna.
Retaliações e continuidade do conflito
Para tentar evitar uma escalada, a União Europeia negocia para desacatar sobretaxas em setores estratégicos, enquanto Japão, Índia e outros países também tentam ampliar concessões em trocas comerciais com Washington. Apesar de avanços recentes em alguns acordos, a maioria das negociações ainda está emperrada em impasses.
Com o adiamento do retorno das tarifas para 1º de agosto, o mercado acompanha de perto os próximos movimentos de Trump, que poderá adotar medidas mais severas, aprofundando ainda mais a volatilidade global. A expectativa dos investidores é de que o conflito comercial continue pressionando o cenário econômico internacional nos próximos meses.
Para compreender mais detalhes sobre os efeitos das tarifas e suas projeções, leia a reportagem completa no G1.