Um dos pontos altos da memorável campanha do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes é a adoção inédita de uma formação com três zagueiros, implementada a partir das oitavas de final. Sob a liderança do técnico Renato Gáucho, a equipe carioca conseguiu eliminar grandes favoritos e surpreender adversários com o esquema 3-5-2. No entanto, a equipe agora enfrenta desafios adicionais, incluindo suspensões, ao se preparar para um Chelsea que apresenta uma abordagem tática radicalmente diferente dos últimos adversários.
A trajetória do Fluminense no Mundial de Clubes
No início do torneio, o Fluminense utilizou o tradicional esquema 4-3-3, ajustando sua formação conforme as necessidades de cada partida. A dupla de zaga inicial era composta por Thiago Silva e Freytes. Contudo, a lesão de Thiago Silva durante o empate contra o Mamelodi Sundowns trouxe Ignácio, que se destacou como um dos melhores em campo e se consolidou na nova formação defensiva.
Desde a implementação do esquema com três defensores, o Fluminense conseguiu solidificar sua defesa, com Eduardo Barthem, analista de desempenho, destacando como essa nova formação oferece maior proteção ao experiente Thiago Silva, que agora atua centralizado. Além disso, a defesa tricolor demonstrou uma notável eficácia na bola aérea, permitindo apenas 11 cruzamentos em 58 tentativas nos jogos contra Inter de Milão e Al-Hilal.
Ajustes necessários para enfrentar o Chelsea
Com a equipe se preparando para a semifinal, a situação se complica após a suspensão do zagueiro argentino, que deixa uma lacuna na defesa. Renê e Thiago Santos disputam a vaga deixada, sendo que Renê, apesar da menor estatura, pode se destacar por ser canhoto, o que poderia ajudar no ajuste tático da formação. A pressão sobre a saída de bola se intensifica, e a escolha entre os dois jogadores é crucial.
Rodrigo Coutinho, comentarista do Grupo Globo, ressalta que a menor estatura de Renê pode se traduzir em desvantagens em escanteios, mas sua habilidade como zagueiro canhoto poderia oferecer um melhor controle na saída de bola. Por outro lado, Thiago Santos, sendo destro, apresenta mais dificuldades sob pressão.
Além da zaga, o meio-campo também passará por alterações devido à suspensão de Martinelli, onde Hércules, o artilheiro da equipe, deverá assumir sua posição. A ala direita pode ver a entrada de Guga, caso Samuel Xavier não se recupere de um desgaste muscular.
O desafio tático contra o Chelsea
O Chelsea, por sua vez, apresenta uma das equipes mais perigosas do torneio, com um ataque capaz de explorar a fragilidade das transições defensivas adversárias. O jovem Cole Palmer, que tem se destacado com sua habilidade em atacar os espaços entre as linhas, se torna uma preocupação central na preparação do Fluminense.
O Fluminense poderá considerar uma mudança tática, voltando ao esquema 4-3-3 para incorporar mais velocidade ao ataque. Barthem sugere que, ao abrir mão de um defensor, a equipe pode desafiar uma das maiores vulnerabilidades do Chelsea. A chave será equilibrar a proteção da defesa com a necessidade de pressionar o adversário.
A expectativa do técnico Renato Gáucho
O treinador Renato Gáucho já se preparou para possíveis ajustes e enfatiza a importância de uma marcação próxima no lado do atacante, que poderá causar sérios problemas se receber a bola sem pressão. Ele acredita que a adaptação tática será fundamental diante da força ofensiva do Chelsea.
Enquanto o Fluminense navega por estes desafios, a expectativa se intensifica à medida que a equipe busca garantir uma vaga na grande final do Mundial de Clubes, trazendo esperança a uma torcida ansiosa por mais um feito histórico.
O jogo promete ser um teste significativo para o Fluminense, que precisa se adaptar rapidamente em sua formação e estratégia na busca pelo título.