Brasil, 16 de julho de 2025
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Marjorie Taylor Greene propõe lei de manipulação do clima e recebe provocações de meteorologistas

Legenda da polêmica: deputada republicana propõe legislação contra manipulação do clima, mas especialistas zombam da iniciativa e explicam conceitos científicos

A deputada americana Marjorie Taylor Greene (Republicana da Geórgia) anunciou nesta semana um projeto de lei que criminaliza a manipulação do clima, alegando que o governo estaria realizando práticas de geoengenharia capazes de provocar desastres naturais. A proposta gerou reações de especialistas em meteorologia, que zombaram da justificativa e destacaram o equívoco na compreensão da ciência atmosférica.

Greene e a proposta de lei contra ‘modificação do clima’

Greene afirmou que seu projeto de lei busca “acabar com a prática perigosa e mortal de modificação do clima e geoengenharia”, sem mencionar incidentes recentes. Ela declarou ainda que faz “pesquisas há meses” ao lado de assessores legislativos e que a legislação seria semelhante ao Senado da Flórida, conhecido por suas propostas de combate às teorias conspiratórias relacionadas ao clima.

“Será uma infração criminal”, declarou a deputada, que reforçou o objetivo de criminalizar ações de manipulação atmosférica alegando motivos de segurança pública.

Reações dos especialistas e a realidade científica

Meteorologistas zombam da proposta

Especialistas em clima e meteorologia reagiram às declarações de Greene com sarcasmo e críticas. “Ela poderia ser igualmente qualificada para pilotar um Boeing 737”, brincou uma fonte anônima de uma agência meteorológica dos Estados Unidos, em referência ao nível da compreensão científica da deputada.

Alguns cientistas explicaram que as supostas práticas de geoengenharia, como a “semeadura de nuvens”, na verdade, envolvem métodos controlados para estimular precipitações, e não manipulações prejudiciais ou ocultas. “O conceito de ‘modificação do clima’ é complexo, mas envolve ações controladas e estudadas, não uma agenda secreta do governo”, explicou um especialista, ressaltando que teorias conspiratórias baseadas em chemtrails carecem de evidências científicas.

O que dizem as autoridades ambientais?

Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), as linhas brancas visíveis no céu, chamadas de rastros de permanência de aeronaves, são vapor de água condensada, não químicas lançadas por aviões com propósitos ocultos. A prática de “semeadura de nuvens” é regulamentada e avaliada por órgãos científicos, sem indicar riscos de manipulação global.

Contexto recente e clima de desinformação

Na semana passada, incendiaram ainda mais a discussão as fortes enchentes que devastaram o centro do Texas, deixando ao menos 66 mortos, segundo informações da CBS News. Embora Greene não tenha mencionado o episódio, sua proposta foi vista como uma resposta às catástrofes climáticas, que ela atribui à suposta atividade clandestina.

O tema das conspirações de manipulação atmosférica costuma ganhar força após eventos meteorológicos extremos, embora especialistas reafirmem que as mudanças climáticas atuais são consequência de atividades humanas há décadas, como a queima de combustíveis fósseis, e não de ações secretas do governo.

Perspectivas futuras

Analistas ressaltam que a iniciativa de Greene deve aumentar o debate sobre desinformação na política ambiental, reforçando a necessidade de divulgação científica e de uma regulamentação eficaz na área. Cientistas alertam que medidas que tentam criminalizar conceitos científicos mal compreendidos podem atrapalhar o avanço de políticas públicas fundamentadas na ciência.

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