Brasil, 16 de julho de 2025
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Religiões perseguidas na Síria: novas denúncias de violência e discriminação

Relatório da USCIRF revela continuidade de perseguições contra minorias religiosas na Síria, sob o controle do novo governo e grupos aliados

Aliados do novo governo sírio e outros atores não-estatais continuam praticando violência e discriminação contra cristãos, drusos e muçulmanos xiitas, revela um relatório recente da Comissão dos EUA para Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF). A publicação aponta que as ações de grupos rebeldes, incluindo facções associadas ao Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), persistem após a queda do regime de Bashar al-Assad no final de 2024.

Perseguições e violência religiosa na Síria

O relatório detalha que, durante a revolução e na fase pós-conquista, membros do HTS, muitos estrangeiros, participaram de execuções em massa e outras formas de perseguição às minorias religiosas. A atual administração síria, liderada pelo presidente Ahmed al-Sharaa — que comandou o HTS na revolução e já foi integrante da Al-Qaeda —, integra também figuras de oposição turca e milícias aliadas, que aceitaram posições de liderança no novo governo.

Apesar dessas alianças, o governo sírio afirma seu compromisso com a liberdade religiosa. Os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, têm tentado colaborar com as novas lideranças, incluindo a retirada de sanções e a exclusão do HTS da lista de organizações terroristas. No entanto, o USCIRF recomenda que o governo norte-americano imponha condições para a retirada dessas sanções, que包括 melhorias na liberdade religiosa.

Perseguição e massacres sectários

O documento destaca que as ações mais graves após a tomada de controle se dirigiram contra muçulmanos xiitas, especificamente os alawitas — a mesma seita de Assad e de seus aliados — e contra os drusos, uma religião distinta do islamismo. Relatos indicam que rebelados desconhecidos incendiaram casas de civis alawitas em Latakia, além de promover ataques contra santuários dessa comunidade.

De janeiro a março, grupos ligados ao HTS realizaram interrogatórios, sequestros e execuções de alawitas na costa mediterrânea. Ainda em março, houve massacres sectários em Latakia e Tartus, resultando na morte de aproximadamente 1.700 a 2.246 pessoas, embora o número real seja provavelmente maior, aponta o relatório.

Desde então, as ações parecem ter diminuído, mas continuam relatos de sequestros e violência contra os alawitas, assim como uma nova onda de ataques contra os drusos, iniciada em abril, que resultou na morte de 134 pessoas em bairros de Damasco.

Violência contra cristãos e outras minorias religiosas

Cristãos também continuam sendo alvo de intimidações e ataques. Relatos indicam que membros de milícias islamistas ameaçaram cristãos em postos de controle e saquearam suas residências, mesmo sem vínculos com o regime de Assad. No interior do país, a morte de três cristãos foi confirmada na região de Homs, em março, mas outras ações contra essa comunidade também ocorreram ao longo do conflito.

O relatório alerta que, apesar das declarações oficiais de inclusão, o governo mantém degree de cooptação com membros extremistas. Líderes do Estado incluem indivíduos ligados à Al-Qaeda e ISIS, como o chefe de inteligência Anas Khattab e Abu Hatem Shaqra, conhecido por participar de execuções e tráfico de mulheres yazidis como escravas sexuais.

Perspectivas para o futuro da Síria

Embora o governo declare sua intenção de ser “inclusivo” de todas as comunidades, há sinais de que sua manutenção do controle de grupos como o HTS por até cinco anos, e a aprovação de uma legislação baseada na jurisprudência islâmica, podem limitar essa pretensão. O governo também tentou realizar uma conferência com representantes de minorias religiosas, mas restrições em relação à proteção de grupos como cristãos, muçulmanos xiitas, judeus e outros permanecem uma preocupação.

Especialistas destacam que os recentes ataques à Igreja Ortodoxa grega de Mar Elias, em Damasco, e às comunidades xiitas da costa mostram que as minorias continuam sob ameaça constante de violência, independentemente das declarações oficiais de proteção.

Jeff King, presidente da International Christian Concern, afirmou que o relatório evidencia a falha do governo sírio em proteger seus cristãos. “Este regime ilegítimo, composto por ex-operativos de al-Qaeda e ISIS, pouco fez para conter a campanha radical de erradicação do cristianismo na Síria”, afirmou. Ele também reforçou a necessidade de a comunidade internacional pressionar por uma proteção efetiva às minorias religiosas no país.

Para saber mais, acesse a reportagem completa.

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