A defesa de Danúbia de Souza Rangel, de 41 anos, ex-mulher do chefe do tráfico Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem da Rocinha, protocolou um novo pedido de habeas corpus nesta segunda-feira (7/7). Ela solicita a possibilidade de cumprir sua pena em prisão domiciliar, após ser detida no sábado (5/7), logo após o parto de sua filha em uma maternidade no Rio de Janeiro.
Pedido de habeas corpus negado pela Justiça
Embora o pedido de prisão domiciliar tenha sido apresentado durante a audiência de custódia nesta segunda-feira, a Justiça negou a solicitação. O advogado Thiago Lemos, responsável pela defesa de Danúbia, expressou otimismo ao afirmar que “certamente ela vai ganhar a domiciliar em breve”. O pedido é baseado no fato de que Danúbia acabou de dar à luz, o que, segundo sua defesa, torna inaceitável sua permanência em um ambiente prisional neste momento delicado.
Contexto da prisão
A prisão de Danúbia foi determinada após o trânsito em julgado de uma condenação por lavagem de dinheiro. O mandado de prisão foi cumprido assim que a sentença se tornou definitiva, conforme informou a Polícia Civil. Conhecida na comunidade como “xerifa da Rocinha”, Danúbia já havia sido presa anteriormente por envolvimento com o tráfico, durante o período em que seu ex-marido estava encarcerado.
Consequências da detenção
A defesa destaca que a situação atual de Danúbia, que acabou de dar à luz, torna sua permanência em um estabelecimento penitenciário ainda mais problemática. O advogado defende que “é um absurdo ela ser levada ao cárcere com um bebê recém-nascido”, enfatizando que a cliente está tranquila enquanto aguarda o resultado do habeas corpus.
Implicações para a comunidade e a família
A prisão de Danúbia não afeta apenas sua vida, mas também gera repercussão na comunidade da Rocinha. Apesar de seu passado conturbado, ela desempenhou um papel importante em momentos críticos, muitas vezes cuidando da comunidade na ausência de Nem. Sua detenção levanta questões sobre o tratamento de mulheres grávidas e mães no sistema prisional brasileiro, que frequentemente é criticado por suas condições desumanas e falta de infraestrutura para atender a necessidades especiais.
Prisão e maternidade: um dilema humanitário
A questão da prisão domiciliar para mães com recém-nascidos já é um tema debatido em vários fóruns jurídicos e sociais. A defesa de Danúbia argumenta que a lei deve considerar o bem-estar da criança e da mãe, e que uma gravidez não deve ser um motivo para penalizar ainda mais a mulher, levando em conta as circunstâncias de sua condenação.
O caminho a seguir
Com a Justiça negando por enquanto o pedido de habeas corpus, a defesa de Danúbia deve continuar a lutar pela sua liberdade em meio à controvérsia. Além do impacto na vida de Danúbia e sua filha, este caso se torna um símbolo das dificuldades enfrentadas por muitas mulheres no sistema de justiça brasileiro e a necessidade de reformas que considerem as particularidades de cada situação.
Expectativa de decisão
Embora haja incerteza sobre a decisão final, a defesa está confiante de que o habeas corpus será concedido em breve, permitindo que Danúbia cumpra sua pena em casa e, assim, possa cuidar de sua recém-nascida em um ambiente adequado, longe das dificuldades impostas pelo sistema penitenciário.
Aguardamos os próximos desdobramentos desse caso, que sem dúvida continuarão a gerar discussões sobre a relação entre maternidade e sistemas de justiça no Brasil.