Uma tarde ensolarada em Liangzhu, subúrbio de Hangzhou, transformou-se em palco de um movimento que reforça o papel da China na corrida global pela liderança em inteligência artificial. Jovens empreendedores, ex-funcionários de giants como Alibaba e Facebook, se reúnem para criar empresas inovadoras, impulsionadas por incentivos governamentais e uma atmosfera que estimula a criatividade tecnológica.
Hangzhou, o novo epicentro da IA na China
À semelhança do Vale do Silício, Liangzhu tornou-se foco de startups de IA, apoiadas por subsídios e incentivos fiscais desde a última década. Felix Tao, fundador da Mindverse, afirma que “as pessoas vêm aqui para explorar suas próprias possibilidades”. Este movimento é facilitado por uma política local de incentivo à inovação, que ajudou a incubar centenas de negócios de tecnologia.
Cenário favorável e talentos de alto nível
O ambiente é movimentado por profissionais jovens, muitos formados na Universidade Zhejiang, que se tornaram altamente cobiçados por gigantes do setor. Em Liangzhu, engenheiros e programadores vivem na casa de Tao, criando uma comunidade que mistura laboratórios, cafés de programação e noites de cinema — o clássico ‘Matrix’ virou símbolo de inspiração para buscar a liberdade dos sistemas de controle.
Impulso à inteligência artificial na China
Desde 2015, o governo de Hangzhou tem incentivado o setor tecnológico local com subsídios que ajudaram a criar a “nova geração” de gigantes como Alibaba, NetEase e Hikvision. Com a chegada de startups como DeepSeek e Rokid, o polo de inovação reforça a liderança do país na IA, com sistemas de código aberto que conquistaram o reconhecimento mundial pela eficiência e baixo custo de desenvolvimento.
Desafios e o futuro do setor
Apesar do crescimento veloz, há preocupações quanto à captação de investimentos estrangeiros devido às restrições de Washington sobre acesso a chips avançados e tecnologias de hardware. Fundadores temem que a China siga o caminho de empresas como ByteDance, sob vigilância internacional, o que os força a decidir entre financiamento estatal com foco no mercado interno ou busca por investidores internacionais em países como Cingapura.
Inovação e a visão de uma IA mais humanizada
O conceito de “IA agêntica” tem inspirado empreendedores como Qian Roy, que desenvolve assistentes digitais capazes de responder às emoções e estados de espírito dos jovens usuários, com aplicativos que utilizam IA de código aberto desenvolvida por empresas chinesas e estrangeiras. Tao quer que a IA ajude as pessoas a desconectar e desfrutar de mais tempo livre, criando sistemas que apoiem a rotina diária sem sobrecarregar a mente.
Segundo Tao, “não quero que a IA apenas execute tarefas, mas que realmente lhe dê mais espaço mental”. A esperança é de que Liangzhu continue sendo uma fonte de inovação, alimentada pelo espírito de coragem e autonomia dos jovens que acreditam poder transformar o mundo por meio da inteligência artificial.
Para saber mais sobre a transformação tecnológica em Hangzhou, acesse a matéria completa.