Brasil, 16 de julho de 2025
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Declaração do Brics revela perda de foco após ampliação de membros

A XVII Cúpula do Brics, finalizada no Rio de Janeiro, mostrou-se mais sem conteúdo e menos assertiva com a entrada de novos países.

A cúpula do Brics, que se encerrou nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, apresentou uma declaração final que evidencia uma perda de objetividade e força do grupo após a ampliação de seus membros. Com a inclusão de países mais próximos aos Estados Unidos, como Arábia Saudita e Egito, o documento ficou mais aquém das expectativas de um manifesto contundente contra a política dos americanos, especialmente diante do contexto de guerra comercial iniciada por Donald Trump em abril.

Falta de posicionamento forte contra os EUA no Brics

Segundo analistas ouvidos pelo O Globo, o momento exigia um manifesto mais firme contra os Estados Unidos, que promovem uma guerra comercial global, desmantelando o sistema multilateral de comércio. No entanto, a inclusão de países com interesses mais alinhados aos EUA resultou em uma declaração mais moderada, sem o tom crítico esperado.

Além disso, o presidente Donald Trump ameaçou, por meio de suas redes sociais, impor uma tarifa adicional de 10% aos países que atuarem de forma antiamericana, uma resposta às atitudes do grupo durante a cúpula.

Desafios na defesa de interesses estratégicos

Outro ponto importante foi a questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma ambição histórica do Brasil. Na declaração final, a resistência dos novos membros ao apoio à entrada do país no organismo deixou a demanda fragilizada. Apoios mais significativos vieram apenas de China e Rússia, enquanto África do Sul permaneceu de fora. A vaga para o Brasil não avançou, e o texto sobre o tema ficou mais fraco em relação às versões anteriores.

Questões globais e tensões no cenário internacional

A declaração do Brics também criticou duramente Israel pelos ataques a Gaza e condenou o bombardeio inicial do Irã, enquanto a atuação da Rússia na guerra da Ucrânia não foi mencionada. O documento reforçou ainda a importância da sustentabilidade na produção de alimentos, a valorização da agricultura familiar e das comunidades indígenas, além de defender um sistema tributário internacional mais justo.

Em temas econômicos, destacou-se o entendimento sobre a governança global na inteligência artificial e a remuneração de conteúdo digital, além do compromisso de promover inclusão digital e infraestrutura em países em desenvolvimento.

Desafios e perspectivas futuras

A cúpula também reafirmou a necessidade de diminuir a dependência do dólar em negociações, com o presidente Lula defendendo negociações em moedas locais. Entretanto, na prática, o aumento de membros resultou em uma declaração menos assertiva e mais politicamente equilibrada, conforme apontaram diplomatas e especialistas.

Para o analista internacional João Pereira, “a ampliação do grupo virou um obstáculo à definição de uma política comum mais forte, sobretudo para tratar as questões globais de forma igualitária”.

A próxima semana promete continuidade nas tensões comerciais, com os EUA encerrando uma trégua de 90 dias para suas tarifas, o que deve aprofundar ainda mais as disputas internacionais neste cenário de instabilidade.

Para mais detalhes sobre os temas abordados, veja a análise completa no Fonte original.

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