O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou aplicar uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que apoie as “políticas anti-americanas” do grupo BRICS. A declaração foi feita via Truth Social neste domingo, pouco antes do início da cúpula do grupo no Brasil.
Contexto da ameaça de tarifas ao BRICS
Em sua postagem, Trump não detalhou especificamente quais políticas seriam consideradas “anti-americanas”, mas reforçou alertas anteriores contra a criação de uma moeda própria pelo bloco ou o respaldo a qualquer moeda que possa substituir o dólar norte-americano. Segundo ele, há uma “linha vermelha” que, se cruzada, resultará na imposição de tarifas adicionais.
Movimentações comerciais dos EUA
Na mesma ocasião, Trump anunciou que, a partir de segunda-feira, às 12h ET, divulgará novidades sobre tarifas comerciais e acordos recentes firmados com o Reino Unido, China e Vietnã. Essas negociações indicam movimentações na política de tarifas do governo americano, que mantém uma pausa até o dia 9 de julho.
Cúpula do BRICS e a resistência ao cenário de tensões
A reunião do grupo BRICS, na qual participaram líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, iniciou neste domingo em um evento em Brasília. Os representantes assinaram uma declaração focada em fortalecer a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável.
Apesar do clima de diálogo, a ameaça de Trump sobre tarifas adicionais pairou sobre o evento na segunda-feira, reforçando a tensão entre os interesses comerciais dos Estados Unidos e o esforço do grupo por maior autonomia econômica. O BRICS, criado em 2001, tem como objetivo promover a cooperação entre nações emergentes e em desenvolvimento na Ásia, América Latina, África e Europa.
Repercussões internacionais e futuro das tensões comerciais
Especialistas avaliam que a postura agressiva de Trump visa pressionar países do BRICS a não apoiarem políticas consideradas desafiadoras aos interesses americanos, sobretudo relacionadas ao dólar. A imposição de tarifas pode impactar o comércio global, estimulando uma maior diversificação das moedas de reserva internacional.
A expectativa é que, nos próximos dias, o cenário de tensões se torne ainda mais complexo, à medida que as negociações e ameaças se intensificam na arena internacional. O desenrolar desses movimentos determinará o rumo das relações comerciais do grupo BRICS com os Estados Unidos nos próximos meses.