Brasil, 16 de julho de 2025
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Ex-diretora de presídio na Bahia é presa e investigada por crimes graves

A ex-diretora Joneuma Silva Neres é acusada de facilitar fuga de detentos, negociar votos e envolvimento em assassinato.

Joneuma Silva Neres, a ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, na Bahia, está presa desde janeiro de 2025 após ser acusada de uma série de crimes que desafiam a credibilidade do sistema penitenciário do estado. A investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) revelou detalhes inquietantes de sua gestão, que incluem não só a facilitação da fuga de 16 presos, mas também um suposto envolvimento em assassinatos e corrupção política. Este caso levanta questões sobre a segurança nas instituições prisionais brasileiras e a potencial infiltração do crime organizado nelas.

Os crimes sob investigação

Joneuma Silva Neres ocupou o cargo de diretora do Conjunto Penal de Eunápolis por apenas nove meses, mas a notoriedade de sua gestão não se deve à sua posição histórica como a primeira mulher a liderar tal unidade na Bahia. Em vez disso, as acusações contra ela revelam um cenário alarmante de corrupção e conivência com o crime organizado. A facilitação da fuga de 16 detentos, entre eles Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como Dadá, é um dos principais focos das investigações.

Corrupção e facilitação de regalias

De acordo com documentos revelados pela investigação, Joneuma permitiu uma série de regalias incomuns aos presos. Esses luxos incluíam a entrada irregular de materiais como freezers, ventiladores e até refeições especiais, que incluíam iguarias como moquecas de camarão e lasanhas. As informações recebidas indicam que suas ações favoreceram não apenas a vida dentro do presídio, mas facilitaram ainda mais as operações de uma facção criminosa que agia a partir da unidade.

Durante as investigações, testemunhas relataram que Joneuma mantinha relações íntimas com Dadá, incluindo encontros frequentes que geravam estranheza entre os funcionários do local. Tais interações levantam a hipótese de que a diretora teriam recebido cerca de R$ 1,5 milhão para viabilizar a fuga dos detentos, embora tenha afirmado não ter recebido qualquer valor.

Ligação política e negócios ilícitos

Além de facilitar a fuga e as regalias, Joneuma e Dadá foram acusados de negociá-los como parte de um esquema eleitoral. O MP-BA alega que ela intercedeu por candidatos políticos em troca de dinheiro e apoio. Esses encontros muitas vezes ocorriam dentro do presídio, garantindo que a diretora exercesse sua influência tanto sobre os detentos quanto sobre as autoridades locais na política.

Uma história de assassinato

A investigação também descortinou um episódio relacionado à morte de um jovem chamado Alan Quevin Santos Barbosa, que teria chamado Joneuma de “miliciana” em redes sociais. Conforme os relatos, após a divulgação de críticas contra ela, Alan foi sequestrado e assassinado, supostamente a mando da ex-diretora, evidenciando os perigos que o crime organizado representa não só a nível de segurança pública, mas também à integridade das autoridades encarregadas de mantê-la.

Repercussões e demandas sociais

O caso de Joneuma Silva Neres é um claro indício da fragilidade do sistema prisional no Brasil, que frequentemente enfrenta críticas por condições de superlotação e falta de segurança. A possibilidade de corrupção dentro dessa estrutura não só compromete a recuperação de detentos, mas também coloca em risco a sociedade como um todo. A prisão de Joneuma gerou um clamor por mudanças nas políticas de gestão penal e um chamado à responsabilização não apenas de indivíduos, mas de sistemas inteiros que falham em proteger a sociedade.

Enquanto a investigação continua, muitos se perguntam: até onde vai a influência do crime organizado nas instituições do Brasil? E como garantir que aqueles que têm a responsabilidade de manter a paz e a ordem também sejam responsabilizados por suas ações?

Parâmetros de reação do governo

A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap) negou qualquer envolvimento de ex-deputados ou das autoridades penitenciárias com as ações ilícitas de Joneuma, afirmando que sempre manteve esforços para garantir que o sistema prisional funcionasse em conformidade com as leis vigentes.

Contudo, a história de Joneuma Silva Neres lança uma sombra sobre as promessas de reforma e segurança, destacando a necessidade urgente de avaliações estruturais e profundas do sistema penitenciário brasileiro.

O futuro de Joneuma, e de tantos outros implícitos nesta trama, permanece incerto, e a sociedade aguarda a justiça e as respostas que devem surgir deste escândalo sem precedentes.

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