O Papa Leão XIV é o 16º Pontífice a escolher Castel Gandolfo como sua residência de verão, um local que abriga Papas desde 1626. A cidade, situada nos arredores de Roma, é não só um refúgio para o Santo Padre, mas também um importante destino turístico que atrai visitantes de todo o mundo. A partir de 2016, a residência papal foi aberta ao público, proporcionando aos visitantes uma visão privilegiada da história e da arte vinculadas a essa área.
História de Castel Gandolfo
Em 10 de maio de 1626, o Papa Urbano VIII Barberini foi o primeiro a estabelecer oficialmente Castel Gandolfo como sua residência de verão. Desde então, os Papas utilizaram esse espaço como um local de descanso durante os meses mais quentes. A cidade, com uma população de aproximadamente 8 mil habitantes, se localiza na região do Lácio, cercada por belas paisagens e um lago deslumbrante.
O legado da Vila de Domiciano
As Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo erguem-se sobre as ruínas da magnífica vila do imperador romano Domiciano, conhecida como Albanum Domitiani. Este local é rico em história, uma vez que, na Idade Média, foi transformado em um castelo pela família dos Gandolfi. Com a expropriação da família Savelli no século XVII, a área foi incorporada aos bens da Santa Sé.
A transformação da residência ao longo dos anos
Com o tempo, os Pontífices remodelaram e expandiram a residência. O Papa Alexandre VII, por exemplo, enriqueceu a vila com as impressões do artista Gian Lorenzo Bernini, enquanto o Papa Paulo V fez restaurações significativas nos aquedutos que abasteciam o local. No entanto, após 1870, a residência caiu em um longo período de abandono de cerca de 60 anos, que terminou apenas com os Pactos Lateranenses de 1929.
Jardins e o Observatório Astronômico
Os belos jardins de Castel Gandolfo, incluindo o Jardim do Moro e a Vila Cybo, foram redesenhados após 1929, quando o Papa Pio XI restaurou a importância do local. Em 1934, o Observatório Astronômico Vaticano foi transferido para a região, sob a supervisão dos Jesuítas, por conta da necessidade de um céu limpo para observações astronômicas.
A espera por Leão XIV
O último Papa a residir permanentemente na cidade foi Bento XVI. Durante a estadia de Leão XIV, que ocorrerá de 6 a 20 de julho e posteriormente de 15 a 17 de agosto, os moradores locais manifestam entusiasmo. O Papa já visitou Castel Gandolfo em momentos anteriores e tem promovido a revitalização da Vila, que agora também abriga o Borgo Laudato si’, um espaço voltado para atividades educativas e sociais.
A abertura ao público
Os turistas têm a oportunidade de explorar o Polo Museológico que abriga o Palácio Apostólico e várias outras coleções históricas. Desde sua abertura ao público, em 2016, os visitantes podem acessar as galerias que abrigam retratos de Papas passados e se maravilhar com a arquitetura e a história singular do local.
Curiosidades da residência papal
Anos atrás, durante a Segunda Guerra Mundial, Pio XII transformou a residência em um refúgio seguro para mais de 12 mil desabrigados, resultando em uma página significativa na história do local. Relatos afirmam que cerca de 40 crianças nasceram durante esse período, sendo algumas delas homenageadas com nomes em referência ao Papa.
O que esperar da visita
Durante a estadia de Leão XIV, as visitas ao Polo Museológico continuarão, mas com algumas restrições. Os visitantes poderão acessar áreas normalmente fechadas ao público, além de explorar os vastos jardins e apreciar a vida cotidiana dos Pontífices. É uma oportunidade única para mergulhar na história e na cultura papal.
Castel Gandolfo não é apenas uma residência de verão, mas um símbolo da história da Igreja e da relação entre os Papas e o povo. Com a estadia de Leão XIV, a cidade revive momentos de sua rica história, convidando a todos para testemunhar não apenas a beleza do lugar, mas também a continuidade de uma tradição que remonta a séculos.
