No coração da República Centro-Africana, um projeto da Fundação Magis está promovendo a formação integral de estudantes universitários e pessoas em situação de vulnerabilidade, com foco especial nas meninas. Sabrina Atturo, agente humanitária internacional e responsável pela iniciativa, destaca que, mesmo em meio à pobreza e insegurança, os jovens sonham com uma vida “livre e sem medo”.
A missão da Fundação Magis
Atuando em Bangui, a capital do país, a Fundação Magis é uma obra missionária da província euro-mediterrânica dos Jesuítas, que tem como prioridade oferecer educação e fomentar a independência econômica entre os jovens da República Centro-Africana. Com o respaldo de doações e financiamento do CEI (Conferência Episcopal Italiana), o projeto já impactou a vida de milhares de jovens ao longo dos últimos cinco anos.
“Além do trabalho em Bangui, a Magis também se dedicou a apoio aos refugiados entre 2013 e 2015, quando o país enfrentou uma grave crise”, relata Atturo, referindo-se aos conflitos entre as milícias Seleka e os grupos anti-Balaka que desestabilizaram a região. Apesar de um acordo de paz assinado em 2019 ter aliviado um pouco a situação, a República Centro-Africana ainda enfrenta uma realidade de instabilidade e vulnerabilidade, com a população vivendo sob constante ameaça de violência.
Desafios enfrentados pelos jovens
Os jovens que buscam educação em Bangui se deparam com um ambiente desafiador, onde a pobreza é uma constante. “A cidade se tornou cara em um país onde mais da metade da população vive com menos de um dólar por dia”, explica Sabrina. Isso torna o acesso à educação ainda mais difícil, especialmente para as meninas, que muitas vezes são priorizadas em detrimento dos meninos nas decisões familiares sobre quem deve estudar.
É nesse contexto que a Fundação Magis tem procurado oferecer suporte, envolvendo cerca de 800 jovens anualmente em seus programas. O Centro Universitário Católico, parte integrante do projeto, dispõe de uma ampla biblioteca, salas de estudo equipadas e acesso à Internet, criando um espaço propício para o aprendizado.
Educação, empoderamento e paz
Em sua abordagem, a Fundação Magis não apenas reforça a educação formal, mas também oferece cursos técnicos em áreas como informática, mecânica, energia solar e moda, preparando os jovens para o mercado de trabalho. A parceria com empresas locais para a criação de estágios é uma parte fundamental deste planejamento, visando garantir oportunidades de emprego após a formatura.
Além das iniciativas voltadas para a formação acadêmica e profissional, a Magis também tem um papel importante na promoção da paz. Mais de 350 jovens foram capacitados para atuar como educadores e voluntários da paz, fomentando a construção de pontes entre comunidades e promovendo o diálogo entre diferentes grupos religiosos e sociais, algo essencial em um país tão dividido.
Foco nas meninas vulneráveis
A situação das meninas é uma preocupação central do projeto. Muitos ainda são vítimas de abusos e exploração, dificultando ainda mais seu acesso à educação. Com o apoio da Fundação Magis, o acompanhamento dessas jovens se torna crucial, proporcionando a elas as ferramentas necessárias para se tornarem independentes e focadas em atividades geradoras de renda.
Recentemente, o Papa Leão XIV expressou suas orações pela comunidade do colégio Barthélémy Boganda, em Bangui, onde uma tragédia resultou na morte de pelo menos 20 pessoas. A violência e os conflitos ainda afectam gravemente o sistema educacional do país, com várias escolas sendo ocupadas ou destruídas por grupos armados.
Em meio a essa realidade de desafios, a Fundação Magis se mantém firme em sua missão de transformar vidas, sempre com a esperança de um futuro mais pacífico e próspero para os jovens da República Centro-Africana.
Para saber mais sobre a atuação da Fundação Magis, você pode acessar o link da fonte.