O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (7) que os Estados Unidos aplicaram uma tarifa extra de 10% a qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do bloco dos Brics. A medida, que pode entrar em vigor a partir de 1º de agosto, representa uma resposta às críticas do grupo às políticas tarifárias dos EUA e às propostas de reformas econômicas globais.
Imposição de tarifas e cronograma
Embora o prazo oficial para acordos tarifários seja 9 de julho, fontes próximas à Casa Branca indicam que as tarifas podem passar a valer a partir de 1º de agosto. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, confirmou a aplicação em 1º de agosto, enquanto o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que a data não constitui um novo limite oficial.
Trump destacou que entre dez e quinze países receberão notificações nesta semana sobre a nova alíquota caso não haja entendimento nas negociações. A decisão ocorre após uma suspensão temporária iniciada em abril e que expirou em julho, com sinais de nova implementação.
Contexto e críticas ao Brics
Os Estados Unidos criticam há tempos o agrupamento dos Brics — Brasil, China, Rússia, Índia, além de novos membros —, criado para fortalecer a posição internacional desses países frente aos EUA e à Europa Ocidental. Recentemente, o grupo defendeu reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) e criticou as políticas tarifárias americanas, além de propor uma reforma cambial.
Durante a cúpula realizada no Rio de Janeiro, os líderes defendenderam a soberania dos seus países e condenaram ataques militares de Israel e dos EUA ao Irã, considerados violações do direito internacional. Os membros também discutiram a adoção de uma moeda própria, desafiando a supremacia do dólar, o que levou Trump a ameaçar aplicar tarifas de até 100% contra os países do bloco.
Posições e reação internacional
A declaração dos ministros das Finanças dos Brics, divulgada no último domingo, criticou a implementação de tarifas e alertou para os riscos à economia global, acrescentando que isso causa incertezas no cenário internacional. Especialistas, como Andrew Wilson, da Câmara Internacional do Comércio, admitem que seria difícil para os países abandonarem negócios com a China, dada sua hegemonia em setores como veículos elétricos e terras raras.
O conflito entre os interesses da maior potência global e o agrupamento dos Brics reflete as disputas por influência na economia mundial, especialmente em um momento de tensões geopolíticas e de disputa por recursos estratégicos.
Impactos futuros e debates em curso
Com a escalada das tensões, analistas alertam para possíveis consequências econômicas, como desaceleração do comércio global e maior instabilidade financeira. Ao mesmo tempo, os líderes do Brics continuam a defender sua plataforma como uma alternativa ao sistema de governance global dominado pelos EUA e aliados.
A ameaça de Trump intensifica o clima de insegurança nas negociações internacionais e reforça a disputa pelo controle econômico e político do cenário mundial em um momento de transição geopolítica. Os próximos passos opcionais ainda são incertos, mas refletirão o fortalecimento ou o enfraquecimento dessas alianças estratégicas.
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