Brasil, 9 de julho de 2025
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A esperança cristã segundo São João Paulo II

A reflexão sobre a esperança cristã destaca a importância dessa virtude na vida e ensinamentos de São João Paulo II.

Na Carta Apostólica Tertio millennio adveniente, São João Paulo II compartilha uma mensagem poderosa sobre a esperança. Ele afirma que «a atitude fundamental da esperança, por um lado, impele o cristão a não perder de vista a meta final que dá sentido e valor à sua existência inteira, e por outro oferece-lhe motivações sólidas e profundas para o empenhamento quotidiano na transformação da realidade, a fim de a tornar conforme ao projeto de Deus». Essa visão reflete o papel central da esperança na fé cristã, que vai além de um sentimento, constituindo-se em uma força que guia a vida dos crentes.

A esperança cristã como virtude central

De acordo com o Pe. Gerson Schmidt, que aborda o tema da esperança nos diversos pontificados, a esperança cristã não é um sentimento vazio, mas sim um dom divino que sustenta os cristãos em momentos desafiadores. “A esperança cristã não se anula diante do sofrimento, mas é vivida à luz da fé, sabendo que mesmo através das tribulações se pode alcançar a ressurreição e a alegria eterna”, explica ele. São João Paulo II via a esperança como uma virtude essencial para a vida dos cristãos, incentivando-os a serem testemunhas dessa esperança em todos os ambientes, levando a luz de Cristo a cada situação.

O slogan “Não tenhais medo”

Um dos lemas mais conhecidos do pontificado de São João Paulo II foi “Não tenhais medo”. Esta frase se tornou um símbolo de seu chamado para superar as dificuldades e trazer a esperança ao mundo. Durante seu ministério, João Paulo II frequentemente enfatizava a importância de olhar para o futuro com confiança, sustentados pela graça e pelo amor de Deus. Ele exortava os fiéis a não apenas esperar pelo Reino de Deus, mas a trabalhar ativamente para que esse reino se materializasse no presente.

Reflexões para o Jubileu da Esperança

Ao aprofundar a virtude da esperança nesse ano Santo Jubilar, Pe. Gerson destaca a continuidade do legado de São João Paulo II. Ele percebe que a “bandeira da esperança de João Paulo II continua desfraldada e vibrante”, convocando a Igreja a seguir em frente com otimismo e fé. “Diante da Igreja abre-se um novo milênio como um vasto oceano onde se aventurar com a ajuda de Cristo”, escreveu o Papa, referindo-se ao chamado para que os cristãos busquem reencontrar o entusiasmo dos primeiros apóstolos.

A esperança escatológica e seu impacto social

A mensagem de São João Paulo II sobre a esperança também aborda a conexão entre a esperança escatológica e as realidades do mundo contemporâneo. Ele acreditava que a expectativa do Reino de Deus não apenas deve ser uma fonte de conforto pessoal, mas também deve inspirar ações concretas em termos de justiça e desenvolvimento humano. Ele afirma: “A esperança do advento definitivo do Reino de Deus e o empenho de transformação do mundo à luz do Evangelho, têm na realidade uma única e mesma fonte.”

Em seu discurso de 1998 sobre a comunicação da esperança, o Papa reforçava a importância do Espírito Santo como “o guarda da esperança no coração do homem”. Ele reiterou que a verdadeira esperança está atrelada às ações dos cristãos em prol do bem-estar dos outros no presente, fomentando uma preocupação autêntica com a vida humana e seus contextos sociais.

A visão de um futuro melhor

Para São João Paulo II, a esperança não é apenas uma expectativa passiva de um futuro melhor, mas uma chamada à ação. Ele desejava que todos os cristãos fossem agentes de mudança em suas comunidades, impactando positivamente a vida das pessoas ao seu redor, com a mesma convicção dos primeiros cristãos. Isso se reflete em sua insistência na dignidade da pessoa humana e na necessidade de harmonia entre fé e vida cotidiana, como destacado na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, da qual participou ativamente durante o Concílio Vaticano II.

As palavras e ensinamentos de São João Paulo II continuam a ressoar na Igreja e na sociedade contemporânea, lembrando-nos de que a esperança é uma virtude ativa que deve nos motivar a lutar por um mundo mais justo. Assim, ele convida todos os cristãos a praticarem sua fé com esperança, amor e coragem, transformando a realidade sob a luz do Evangelho.

*Pe. Gerson Schmidt é graduado em Filosofia e Teologia, além de Jornalismo. Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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