Na busca por diversificação e incremento de renda, agricultores da Região Serrana do Espírito Santo vêm investindo no cultivo de frutas exóticas, como achachairu, pitaya, lichia e romã. A adaptação de espécies originárias de outros países tem ganhado espaço no estado, estimulando um setor agrícola mais diverso e sustentável.
Achachairu: fruta boliviana ganha espaço no Espírito Santo
O achachairu, fruta originária da Bolívia que apresenta sabor agridoce e polpa branca e suculenta, vem conquistando os produtores capixabas. Ainda em fase inicial de cultivo no estado, sua produção cresce lentamente, mas já demonstra potencial de mercado. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), não há dados oficiais de quantidade de agricultores engajados na cultura.
“A fruta tem se mostrado resistente às condições de clima frio e se adapta bem às terras do Espírito Santo”, afirmou o engenheiro agrônomo Protaze Magevski, que possui uma plantação de cerca de mil pés na propriedade em Santa Teresa. Ele destaca que o achachairu ajuda na diversificação da renda agrícola, vendendo cada quilo por aproximadamente R$ 15.
Além de seu sabor único, o achachairu apresenta propriedades medicinais, sendo rico em vitaminas B e C, com efeitos cicatrizantes e anti-inflamatórios. Com árvores que atingem até seis metros de altura, a planta floresce com pequenas flores brancas, e a produção costuma iniciar entre quatro e cinco anos após o plantio.
Outras frutas exóticas ganham espaço na produção capixaba
Pitaya e lichia em expansão
Dados do IBGE, referentes a 2023, mostram um crescimento na produção de pitaya no Espírito Santo, com aproximadamente 398 toneladas colhidas, gerando um lucro estimado de mais de R$ 20 milhões desde 2019. Municípios como Alfredo Chaves, Santa Leopoldina, Marataízes e Guarapari lideram as plantações.
Apesar de a produção de lichia ter registrado uma leve queda, o estado ainda colheu 439 toneladas em 2023, indicando a consolidação dessa fruta exótica na região. Agricultores estão cada vez mais investindo na diversificação com a inclusão de mirtilo, romã e outras espécies.
Investimento em novas culturas
O produtor rural Protaze Magevski também experimenta com diferentes variedades de pitaya, incluindo versões de casca amarela e espinhosa, buscando aproveitar áreas de cultivo de forma eficiente e produzindo frutas que podem ser comercializadas fora de época, como a ‘palora’, conhecida pela doçura.
Outro exemplo é Daniel Paul, que há cinco anos planta pitaya, romã e outras frutas no terreno da família. “A romã leva cerca de 90 dias para chegar ao ponto de colheita, enquanto a pitaya demora cerca de 50 dias para florescer e matura rapidamente”, afirmou.
Perspectivas para o mercado e o campo capixaba
A aposta em frutas exóticas revela a busca por alternativas sustentáveis e rentáveis no agronegócio do Espírito Santo. A adaptação de espécies como o achachairu demonstra o potencial de fortalecer a agricultura familiar, ampliar opções de consumo e estimular a exportação de produtos diferenciados.
Especialistas dizem que, com maior reconhecimento e investimento, essas frutas podem consolidar-se como símbolos da agricultura capixaba, contribuindo para um setor mais inovador e competitivo no cenário nacional e internacional.
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