O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sábado (5) da abertura do fórum empresarial do Brics, realizado no Rio de Janeiro, e reforçou a necessidade de fortalecer o multilateralismo na arena econômica e tecnológica. O evento antecede a cúpula de chefes de Estado do grupo, marcada para domingo e segunda-feira, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio.
Lula defende multilateralismo e crescimento do Brics em 2024
Durante sua fala, Lula afirmou que, diante do ressurgimento do protecionismo global, é fundamental que as nações emergentes do Brics promovam um regime multilateral de comércio e reformem a arquitetura financeira internacional. “Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes promover um regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional”, declarou. Segundo ele, enquanto o crescimento mundial foi de 3,3% no próximo ano, os países do Brics registram uma expansão média de 4%.
Contexto de tensions entre grandes potências
O presidente pontuou que, após a eleição de Donald Trump nos EUA, o cenário mundial passou a ser marcado por uma guerra comercial, com tarifas elevadas e embates diplomáticos entre grandes potências, incluindo a China, que integra o Brics. “A China, maior economia do grupo, também está envolvida nesse contexto de tensões internacionais”, completou Lula.
Temas em discussão no fórum empresarial do Brics
Ao longo do dia, empresários e representantes de diferentes setores debaterão temas centrais como comércio, segurança alimentar, transição energética, descarbonização, desenvolvimento de habilidades e economia digital. A programação inclui encontros bilaterais do presidente Lula com representantes de cinco países: Etiópia, Vietnã, Nigéria, Emirados Árabes Unidos e China.
Perspectivas de inclusão social e empresarial
Lula destacou a importância de ampliar a participação da sociedade civil e do setor empresarial nas discussões de alto nível do grupo. “Nós abrimos portas, mas quem sabe fazer negócios são os empresários”, afirmou. Ele também abordou a necessidade de uma governança multilateral para regular temas emergentes, como a inteligência artificial.
Governança multilateral na inteligência artificial
O presidente enfatizou que a proliferação da inteligência artificial exige diretrizes internacionais claras. “Na ausência de diretrizes coletivas, modelos baseados somente na experiência de grandes empresas de tecnologia podem impor riscos e efeitos colaterais que demandam uma governança multilateral”, apontou. Lula defendeu uma resposta coordenada internacionalmente para questões envolvendo inovação tecnológica e sustentabilidade.
Participação mundial e o cenário da cúpula
A cúpula ocorre em um momento de esvaziamento, pois os líderes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, não comparecerão. Xi Jinping decidiu não viajar, refletindo o contexto de tensões, enquanto Putin enfrenta uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI). Lula, no entanto, manterá encontros bilaterais com representantes de países africanos, asiáticos e do Oriente Médio, fortalecendo a presença brasileira na arena internacional.
Próximos passos e expectativa para a cúpula do Brics
O evento que reunirá os chefes de Estado terá seu início oficial às 9h30 do domingo, com sessões de discussão temática e um jantar de recepção no MAM, às 20h, oferecido pela Presidência da República. Os próximos dias serão decisivos para consolidar o papel do grupo no cenário global, especialmente diante da ausência de representantes de duas das maiores economias do bloco.
Mais detalhes sobre o encontro e as expectativas podem ser conferidos na reportagem da O Globo.