Brasil, 5 de julho de 2025
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Denúncia contra médico e sogra revela detalhes macabros de feminicídio

A denúncia do MP inclui envenenamento progressivo e motivos financeiros para o crime.

No cenário sombrio do feminicídio em Ribeirão Preto (SP), a denúncia do Ministério Público (MP) contra o médico Luiz Antonio Garnica e sua mãe, Elizabete Arrabaça, expõe uma trama de traição, envenenamento e interesses patrimoniais que culminaram na morte da professora de pilates Larissa Rodrigues em março deste ano. Ambos foram acusados de planejarem e executarem o crime de forma premeditada, e agora enfrentarão a Justiça, enquanto mantêm a alegação de inocência.

O crime que chocou Ribeirão Preto

A investigação revelou que o envenenamento de Larissa foi um processo gradual, iniciado com doses menores de chumbinho, um veneno agrícola. Mãe e filho, que estão presos desde 6 de maio, são réus por feminicídio qualificado. Segundo o MP, Garnica ainda foi acusado de fraude processual por alterar a cena do crime no dia em que Larissa foi encontrada morta.

O crime teria motivação torpe, uma vez que Garnica estaria preocupado com a possibilidade da partilha de bens após Larissa manifestar o desejo de se separar, especialmente após descobrir que seu marido mantinha um relacionamento extraconjugal. Em conversa com a sogra, Garnica expressou medo de perder o patrimônio e se viu impelido a agir contra a vida da esposa.

Planejamento do crime e frieza dos réus

Como tudo aconteceu

A denúncia descreve que, dias antes da morte, Larissa planejava se consultar com um advogado para discutir o divórcio. O medo da partilha de bens teria sido um dos principais motores da decisão de Garnica e Elizabete em eliminar a vítima. O MP revela que, em um momento de desespero, Larissa pediu ajuda médica, mas Garnica impediu que ela buscasse atendimento, reforçando suas intenções malignas.

Com isso, as doses de veneno foram se intensificando, levando a professora a apresentar sintomas de intoxicação, como náuseas e vômitos. O MP detalha que Garnica chegou a buscar sopa envenenada que sua mãe preparou para oferecer à vítima.

Obsessão e interesses financeiros na conduta criminosa

O MP destacou a obsessão de Garnica pelo relacionamento extraconjugal, que se sobrepunha à relação marital, e apontou que ele chegou a alertar sua amante sobre a morte de Larissa apenas 15 minutos após a constatação oficial do óbito. A notícia da morte também provocou uma reviravolta em suas tentativas de assegurar bens, com movimentações financeiras realizadas nas contas de Larissa apenas dias após a tragédia.

Um ato de amor doentio

Elizabete, por sua vez, foi descrita pela promotoria como alguém que não apenas apoiou o plano, mas acompanhou atentamente cada passo, disfarçando-se como uma sogra preocupada e cuidadosa. O MP conseguiu evidenciar que a mulher apresentou comportamento de vigilância sobre o que Larissa sabia sobre o relacionamento ilícito do filho.

As investigações também trouxeram à tona buscas realizadas pela sogra no celular, onde foram encontrados termos relacionados ao envenenamento, como “formas de intoxicação” e “veneno chumbinho”. O envolvimento de Elizabete no crime torna-se ainda mais complexa, dado seu relacionamento possessivo com a ideia de proteger seu filho a qualquer custo, mesmo que isso significasse a morte de outra pessoa.

Defesas e expectativas futuras

Enquanto o processo avança, as defesas de Garnica e Arrabaça preveem impetrar habeas corpus e contestar as evidências apresentadas pelo MP. Os advogados argumentam que não há elementos suficientes para a manutenção da prisão preventiva e que Elizabete teria atuado por conta própria, movida por interesses pessoais.

As investigações e os detalhes criminosos deste caso vão além do individual, refletindo um contexto social de violência contra a mulher que continua a desafiar a sociedade brasileira. À medida que o julgamento se aproxima, a esperança é que este triste episódio ecoe a importância da proteção às mulheres e a severidade da justiça em casos de feminicídio.

A morte de Larissa Rodrigues não só clama por justiça, mas também nos lembra da urgência de discutir e enfrentar a violência de gênero que ainda persiste em nossa sociedade.

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