Brasil, 5 de julho de 2025
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Decisão de Moraes sobre IOF traz alívio para governo e Congresso

Suspensão dos decretos do governo e do Congresso sobre o IOF abre espaço para negociações e diálogo entre Poderes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem a suspensão dos decretos que tratavam do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão facilita a retomada das negociações entre governo e Congresso para solucionar o impasse iniciado com a alteração no tributo.

Impasse entre os Poderes e a anulação dos decretos

A decisão de Moraes suspendeu tanto os decretos editados pelo presidente Luiz Inácio Lula quanto o projeto aprovado pelos parlamentares que sustou a alta do IOF. Assim, permanecem em vigor as alíquotas anteriores à elevação do tributo, mantendo o status quo.

Reações e expectativas pós-decisão

O presidente Lula declarou estar disposto a dialogar com o Congresso para buscar uma solução, afirmando que o governo é favorável ao diálogo institucional. “Vamos aguardar que a audiência marcada pelo ministro Alexandre Moraes resulte em uma solução negociada sobre o decreto do IOF”, afirmou Lula, acrescentando que “o governo não tem problema em conversar com o Congresso e o STF”.

O ministro Moraes marcou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, com participação de representantes do governo, do Congresso e da Procuradoria-Geral da República. O objetivo é que, até lá, seja apresentada uma proposta de consenso para resolver o conflito.

Medidas de negociação e a posição do Congresso

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sinalizou que aceita discutir a redução do volume de emendas parlamentares para R$ 50 bilhões, desde que o governo concorde em diminuir despesas. “Estamos abertos ao diálogo e ao esforço de manter o equilíbrio fiscal”, declarou Motta.

Especialistas e representantes dos Poderes destacam que a decisão de Moraes ajuda a fortalecer as instituições ao reforçar o papel do Supremo em questões fiscais e orçamentárias. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que a medida “corrobora para fortalecer as instituições” e reforça a importância do Supremo na definição de limites e competências.

Aspectos jurídicos da decisão e o futuro do impasse

O despacho de Moraes destacou que o decreto que alterou a alíquota do IOF está dentro do campo discricionário do presidente, desde que respeitadas as limitações legais. No entanto, levantou questionamentos sobre a finalidade do decreto, uma vez que argumentos do governo indicam fins regulatórios, enquanto parlamentares veem na alta do tributo uma medida meramente arrecadatória.

Segundo Moraes, “há dúvida razoável quanto à finalidade da edição do decreto”, levando a Corte a ponderar a possibilidade de desvio de finalidade. Caso não haja acordo na audiência, a ação deve ser levada ao plenário do STF apenas após o recesso parlamentar, em agosto.

Perspectivas de acordo e o papel do STF

O advogado-geral da União, Fernando Haddad, ressaltou que a decisão do STF reforça a delimitação das competências de cada Poder. Ele destacou que o Supremo tem sido provocado por questões centrais da política fiscal, ajudando a definir limites para a atuação do Legislativo e do Executivo.

Por outro lado, o deputado Hugo Motta comemorou a suspensão do aumento do IOF, considerandola em sintonia com a maioria da Câmara. “Continuamos abertos ao diálogo com respeito e buscando o crescimento sustentável da economia”, afirmou.

O papel do Parlamento e o cenário político

Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, enfatizou que o diálogo é fundamental. Ela destacou que a decisão de Moraes ajudou a manter a calma no processo e que o governo, liderado por Lula, está disposto a negociar após a audiência de conciliação.

Responsável pela articulação política do Planalto, Gleisi alertou que a suspensão do decreto exige ajuste no ritmo de execução das despesas orçamentárias, uma consequência direta da manutenção do imposto no nível anterior.

Impacto na política fiscal e o caminho a seguir

Analistas ressaltam que a questão do IOF não é apenas uma disputa pelo valor do tributo, mas um reflexo do viés arrecadatório adotado pelo governo, que busca equilibrar as contas públicas sem reduzir despesas. A saída negociada será crucial para evitar uma polarização maior e garantir maior estabilidade às contas públicas.

Para o advogado Jorge Messias, a decisão de Moraes demonstra o entendimento de que a responsabilidade pela condução fiscal é compartilhada, reforçando a necessidade de diálogo institucional. A expectativa é que o encontro do dia 15 possa consolidar um entendimento que preserve as prerrogativas de cada Poder e mantenha o equilíbrio fiscal.

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