Brasil, 6 de julho de 2025
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Reforma fiscal americana: riscos e consequências do projeto aprovado pelos republicanos

Os republicanos aprovaram na Câmara um amplo projeto que corta impostos e reduz programas sociais, aumentando desigualdades e o endividamento

Na quinta-feira (23), os republicanos aprovaram na Câmara dos Estados Unidos um projeto de lei que elimina expansões de programas sociais e implementa severos cortes em Medicaid e outras ações que impactam milhões de americanos, enviando a proposta ao presidente Donald Trump para sanção.

Impactos sociais e econômicos da reforma fiscal

O projeto, conhecido como “Big Beautiful Bill”, prevê uma redução de US$ 4,5 trilhões em impostos, favorecendo os mais ricos e aumentando o déficit Orçamentário. Segundo especialistas, essas medidas devem resultar na perda de assistência médica para milhões e no agravamento do desemprego em setores vulneráveis.

“Este projeto é cruel e trai o que há de mais importante na nossa sociedade”, afirmou o deputado Jim McGovern (D-Mass.), antes da votação. “Ele privilegia os interesses de elites e prejudica os mais vulneráveis, além de aprofundar a crise fiscal do país”, completou.

Reforma do Medicaid e aumento da repressão migratória

Medidas de corte no programa de saúde

O projeto impõe novas exigências de trabalho para adultos não incapacitados, com a expectativa de reduzir gastos em Medicaid, embora órgãos oficiais como a CBO (Conselho de Orçamento) alertem que essas mudanças não gerariam as melhorias prometidas.

As alterações no Medicaid terão início em 2027, mas o aumento de US$ 150 bilhões para a política de deportações de Trump será imediato, incluindo US$ 45 bilhões para novas unidades de detenção e US$ 29 bilhões para reforçar o ICE (Serviço de Imigração). O valor para os centros de detenção é mais de cinco vezes o orçamento anual do Federal Bureau of Prisons.

Controvérsias e críticas

Laureados, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez (D-N.Y.), criticaram duramente o aumento da repressão migratória, qualificando-o como uma ameaça à sociedade. Vice-presidente JD Vance destacou nas redes sociais a prioridade das políticas de deportação em detrimento de outros aspectos da lei.

Reações e controvérsias no Congresso

O projeto foi aprovado por 218 votos a 214, com a oposição de todos os democratas e de dois republicanos, Brian Fitzpatrick (Pa.) e Thomas Massie (Ky.), que votaram contra. Diversos republicanos, inicialmente contrários, acabaram cedendo às pressões do presidente Trump para garantir a aprovação.

Ao longo do processo, houve protestos internos: cinco deputados bloquearam o debate por horas e oito se abstiveram de votar, devido às mudanças e ao aumento do custo do projeto após alterações no Senado. Somente Fitzpatrick manteve sua posição contrária até o final.

Perspectivas futuras e riscos

Especialistas alertam que a aprovação do projeto ameaça a estabilidade social e fiscal do país. “Estamos diante de uma legislação que, ao cortar recursos essenciais, coloca em risco a saúde e o bem-estar de milhões”, afirmou a líder democrata Hakeem Jeffries (N.Y.).

O governo planeja uma publicação detalhada da lei nas próximas semanas, mas o impacto imediato inclui o fortalecimento das ações de deportação e o aprofundamento das desigualdades já existentes.

Na prática, o resultado da aprovação reforça a prioridade do Partido Republicano em políticas de austeridade e repressão, sinalizando um período de incertezas para o futuro da saúde pública e dos direitos civis nos Estados Unidos.

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