Brasil, 5 de julho de 2025
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Críticas ao Congresso disparam em meio à crise do IOF

Pesquisa revela que a maioria das menções ao Congresso nas redes sociais é negativa, sob pressão da crise fiscal e tributária.

Uma pesquisa divulgada pela Genial Quaest nesta sexta-feira (4 de julho) revelou que o Congresso Nacional se tornou o epicentro das críticas nas redes sociais, após a intensificação do conflito entre os parlamentares e o governo federal em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Este resultado reflete um clima de insatisfação popular, cada vez mais presente nas discussões online.

Contexto do conflito entre Legislativo e Executivo

Desde o início do embate direto entre o Congresso e o Executivo, as análises mostraram que 61% das menções ao Congresso foram críticas, enquanto 28% das manifestações foram neutras, e apenas 11% eram positivas ou direcionadas ao governo. O levantamento foi realizado entre os dias 24 de junho e 4 de julho, com a coleta de aproximadamente 4,4 milhões de interações nas redes sociais.

O aumento da indignação contra o Congresso, conforme destaca a pesquisa, se intensificou a partir do dia 25 de junho, exatamente após os parlamentares terem derrubado um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O decreto, emitido em 11 de junho, visava a cobrança de IOF em operações e investimentos que antes eram isentos, além de elevar as alíquotas em transações já tributadas.

A reação nas redes sociais

Durante os dias que se seguiram à derrubada do decreto, o tema do Congresso dominou as redes sociais, e diversas expressões foram monitoradas. Excluindo menções gerais ao Congresso, as mais recorrentes incluíram “inimigos do povo” (18%) e “Congresso mamata” (13%), enquanto o nome do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi mencionado 8% das vezes. Outras afirmações, como “ricos paguem a conta” e “taxação BBB”, também ganharam destaque, sendo representativas do sentimento popular contra a elite política.

Nos últimos dias, círculos políticos de esquerda, especialmente do PT, intensificaram a divulgação de vídeos que abordam a necessidade de reformas na tributação, enfatizando a promoção de justiça social. Os vídeos criticam o Congresso por supostamente defender apenas os interesses dos mais ricos, além de direcionar ataques a Hugo Motta, que, segundo eles, ignora as necessidades da população mais vulnerável. “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, rebateu o presidente da Câmara em uma de suas intervenções nas redes sociais.

O início da crise fiscal

A tensão entre o governo federal e o Congresso Nacional teve início em 22 de maio, quando foi publicado um decreto que estabelecia a cobrança do IOF em operações antes isentas. Em resposta, o Congresso convocou reuniões para discutir o assunto e tentou estabelecer um consenso, mas as tratativas não avançaram. Com o ambiente político exacerbado, o presidente Lula emitiu um novo decreto em 11 de junho, que acabou sendo revogado após a aprovação do decreto legislativo no Congresso em 25 de junho.

Além do IOF, outros tópicos relacionados à justiça fiscal também começaram a emergir nas discussões, como a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que sugere a tributação do Imposto de Renda sobre investimentos em Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), atualmente isentas.

Desdobramentos e ações judiciais

A derrubada do decreto de Lula foi levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) registrada na última sexta-feira (27 de junho). No dia 1º de julho, a Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu entrar com uma ação na Corte para questionar a decisão do Congresso e tentar restabelecer a validade do decreto presidencial. A situação se complicou ainda mais quando, nesta sexta-feira, o Ministro Alexandre de Moraes suspendeu os atos do governo e do Congresso relacionados ao IOF.

Essa crise entre o governo e o Legislativo resulta em uma instabilidade política que preocupa a população e manifesta a dificuldade de diálogo entre as instituições. Enquanto isso, as redes sociais continuam a ser um espaço pulsante de troca de ideias, discussões acaloradas e, principalmente, de críticas ao funcionamento do sistema político brasileiro.

O que se espera agora é que as instituições encontrem uma forma de dialogar e solucionar essa crise fiscal, trazendo mais clareza e estabilidade ao Brasil.

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