As famílias de extrativistas de Beruri, no Amazonas, enfrentaram neste ano uma redução significativa na produção de castanha-do-pará, devido às severas secas na região. A Associação dos Produtores e Beneficiadores Agroextrativistas de Beruri (Assoab), que reúne 402 famílias de 35 comunidades, beneficiou apenas duas toneladas de castanhas, enquanto a capacidade de processamento é de 200 toneladas por safra, cuja colheita ocorreu entre dezembro de 2024 e maio de 2025.
Impacto das secas na bioeconomia amazônica
Sandra Amud, presidente da Assoab, destacou que as mudanças climáticas têm causado baixa produtividade na região. “As secas seguidas na Amazônia nos últimos dois anos resultaram na baixa produtividade das castanheiras. E as famílias que vivem da floresta e dos rios estão sofrendo com esses impactos climáticos”, afirmou. Além da castanha, os extrativistas também observaram quedas na produção de açaí e murumuru, ingredientes essenciais para sua subsistência e para a economia local.
Respostas e estratégias de mitigação
Apesar do cenário adverso, a continuidade das atividades foi possível graças ao apoio obtido na iniciativa Amazônia Viva, da Natura, que financiou projetos para fortalecer a bioeconomia na região. Segundo a associação, a atuação em duas rodadas de crédito ajudou a minimizar os efeitos da crise. “A situação só não foi pior porque a associação de produtores havia sido contemplada nessas linhas de financiamento”, explicou Sandra Amud.
Conferência climática e novas parcerias
Com a realização da COP30, a iniciativa se destaca como um caminho para ampliar o impacto positivo na cadeia de bioeconomia amazônica. Ana Costa, vice-presidente de Sustentabilidade da Natura, comentou que o suporte às cooperativas pode crescer com novos parceiros. “Em ano de COP30, a iniciativa se mostra um caminho para a ampliação do impacto positivo nas cadeias da sociobioeconomia na Amazônia, que pode ganhar mais força com novos parceiros”, afirmou.
Perspectivas para o futuro da bioeconomia na região
Especialistas apontam que ações voltadas para a adaptação às mudanças climáticas e o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis são essenciais para garantir a sustentabilidade da bioeconomia amazônica. O fortalecimento de cooperativas e novas linhas de crédito podem contribuir para resguardar as comunidades frente aos desafios climáticos e manter a produção de recursos essenciais como castanha, açaí e murumuru.
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