Brasil, 4 de julho de 2025
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Demissão de secretário estadual gera crise política no Rio de Janeiro

A exoneração de Washington Reis por Rodrigo Bacellar durante licença de Cláudio Castro provoca tensões e rivalidades na política fluminense.

No cenário político tumultuado do Rio de Janeiro, a recente demissão do secretário estadual de Transportes, Washington Reis, provocou um terremoto entre as lideranças políticas do estado. A exoneração, publicada enquanto o governador Cláudio Castro (PL) estava em uma viagem internacional, expôs fissuras na base política do Palácio Guanabara, culminando em uma batalha de poder entre o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), e o agora ex-secretário. Com a vista voltada para as eleições de 2026, Bacellar não hesitou em agir, utilizando sua posição como governador interino para tomar uma decisão que pode impactar seriamente sua futura candidatura.

Cenário político em ebulição

A demissão de Reis, considerada um concorrente em potencial na corrida pelo governo do estado em 2026, desencadeou uma série de reações adversas. O movimento, que tinha um caráter estratégico durante a ausência de Castro, acabou revelando a tensão latente entre Bacellar e Reis. Anteriormente, havia tentativas de unir forças entre os líderes, com a intenção de elaborar uma “agenda positiva” para o estado, focando especialmente na área de transportes. Contudo, a exoneração de Reis deixou essa estratégia em frangalhos.

Manobras políticas e rivalidades

Bacellar, em um esforço para consolidar apoio entre os bolsonaristas, descreveu Reis como “insubordinado”, tentando vinculá-lo a aliados de Castro que pertencem à oposição, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Em resposta, Reis não hesitou em desmerecer a decisão de Bacellar, afirmando que a assinatura do governador em exercício “não vale nada” e que ele continua a contar com o apoio de Castro.

Enquanto isso, a situação se complicou. Bacellar, ao afirmar que não podia ter um secretário “insubordinado” em seu governo, acirrou ainda mais a política já frágil no Rio. A escolha de palavras de Bacellar revelou um acirramento nas relações internas, com Reis ironizando a atuação do interino, e acusando-o de tentativas de pressão e manobras para colocá-lo em uma situação desconfortável, especialmente com a convocação para depor na CPI da Transparência.

Um governador em viagem e uma crise em ascensão

A demissão foi feita sem a consulta do governador Cláudio Castro, que, de seu lado, estava em um voo rumo a Lisboa, onde participaria de um fórum jurídico. A falta de comunicação efetiva nesse episódio levantou questões sobre a coesão da administração estadual e a habilidade de Bacellar em lidar com as delicadas relações políticas. Antes da viagem, Castro desmentiu rumores sobre uma possível renúncia, que abriria espaço para Bacellar assumir uma posição de maior destaque nas articulações políticas.

As consequências políticas da demissão

A escalada do embate entre Bacellar e Reis é vista como prejudicial, tanto para as ambições eleitorais de Bacellar quanto para a candidatura de Castro ao Senado em 2026. A situação incomum, observada por analistas políticos, reflete um embate que não apenas afeta a imagem dos envolvidos, mas que também pode impactar a estratégia política do governo como um todo.

A situação exige atenção redobrada dos aliados e das partes interessadas, uma vez que a rivalidade acirrada, como sugerido pelos conselhos de assessores de Castro, pode abrir caminhos para desestabilizações e rupturas em um cenário que clama por unidade e colaboração. Paralelamente, a sugestão de Bacellar de negociar uma saída suave para Reis, como um acordo para sua alocação em outra função, nunca se concretizou devido à escalada das tensões.

Futuro incerto para a liderança política no Rio

A demissão de Reis ainda gera repercussões em diversas frentes políticas, e a falta de unidade entre os aliados de Castro cria um ambiente propenso à instabilidade. As recentes quebras de confiança e a perda de apoio entre figuras influentes na administração são indicadores alarmantes de que a situação pode se deteriorar ainda mais. A crise política se agrava à medida que Castro lida com a insatisfação de seus aliados e o crescente descontentamento sobre sua gestão.

Nesse cenário, a capacidade de Bacellar de formar alianças e unir suas bases de apoio será testada como nunca antes, à medida que todos os olhos se voltam para 2026 e as possíveis candidaturas emergem em um tabuleiro político volátil. Resta saber se ele conseguirá transformar essa crise em uma oportunidade ou se se verá afundado nas rivalidades que ameaçam desmantelar qualquer agenda positiva que ele tenha em mente.

Com o barco furado e os ventos políticos soprando em várias direções, o futuro da política no Rio de Janeiro permanece incerto.

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