Brasil, 4 de julho de 2025
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Déficit dos EUA atinge recorde de mais de US$ 36 trilhões

Após aprovação do projeto orçamentário de Trump, mercado questiona sustentabilidade da dívida americana que supera 120% do PIB

Após a aprovação do megaprojeto de lei orçamentária de Donald Trump no Congresso dos Estados Unidos ontem, os mercados financeiros estão atentos às suas repercussões, especialmente ao aumento da dívida americana, que atualmente ultrapassa US$ 36,2 trilhões. Essa cifra equivale a cerca de 120% do PIB do país, segundo dados do Tesouro dos EUA.

Por que a dívida dos EUA atingiu níveis históricos?

A dívida reside em mais de R$ 196 trilhões, sendo que aproximadamente R$ 157 trilhões correspondem a títulos de dívida vendidos no mercado de obrigações. Uma parcela de um terço dessa dívida pertence a países estrangeiros, sobretudo Japão, Reino Unido e China. Além disso, há US$ 7 trilhões (R$ 39 trilhões) sob controle de fundos públicos internos, como previdência social e fundos de pensão.

Desde 2020, os chineses vêm se desfazendo de parte da dívida americana para adquirir ouro, sem vender os títulos, mas não renovando-os ao vencimento, segundo Aurélien Buffault, gerente de títulos na Delubac AM. A dívida americana foi impulsionada por medidas fiscais adotadas por Trump, que ampliaram as isenções fiscais, estimando-se um potencial aumento de entre US$ 3 a 4 trilhões na dívida.

Implicações do aumento da dívida e juros mais altos

A elevação do endividamento elevou também os juros pagos pelos EUA, que atualmente estão em torno de 4,80% para títulos de 30 anos, acima do limite simbólico de 5% atingido em maio passado. Essa subida reflete a desconfiança dos investidores diante da fragilidade da maior economia do mundo, que, para compensar o risco adicional, exige taxas mais elevadas para emprestar dinheiro ao país.

“Quando a maior potência econômica demonstra sinais de fraqueza, o custo do crédito aumenta”, explica Gregoire Kounowski, conselheiro de investimentos na Norman K. Moody’s rebaixou a nota da dívida americana em maio, argumentando que o crescimento do endividamento compromete as contas públicas.

Impactos da política tarifária de Trump na economia mundial

Desde o início de 2020, a guerra comercial entre China e EUA levou Pequim a reduzir o uso de títulos americanos, não vendendo-os, mas evitando renová-los, para comprar ouro. Os juros dos títulos de 30 anos ultrapassaram 5% em maio, mas agora oscilam em torno de 4,80%. A política tarifária de Trump, que retomou ofensivas contra países nesta semana, alimenta incertezas e eleva a volatilidade nos mercados.

O papel do dólar e dos ativos europeus como refúgios seguros

Sendo a maior economia mundial, os Estados Unidos sempre foram considerados um bom pagador, com mercado líquido que facilita a compra e venda de títulos. No entanto, o contexto atual de tensões comerciais, geopolíticas e a política monetária do Federal Reserve diversificou a preferência dos investidores por ativos mais seguros, como o euro e títulos da dívida europeia.

Desde a imposição de tarifas por Trump, o dólar sofreu uma desvalorização superior a 10% no primeiro semestre, sua pior performance desde 1973. Imène Rahmouni-Rousseau, do Banco Central Europeu, afirma que “os investidores buscam valores de refúgio de substituição”, destacando que os mercados europeus se tornaram uma alternativa mais atraente, refletindo uma mudança na percepção de risco global.

Perspectivas futuras para a economia dos EUA

Especialistas alertam que a combinação de aumento da dívida, juros elevados e instabilidade política pode colocar a sustentabilidade fiscal dos EUA à prova. Mesmo com a tradição de pagamento pontual, as crescentes tensões internacionais e o endividamento recorde elevam a necessidade de uma gestão econômica mais cuidadosa.

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