Brasil, 4 de julho de 2025
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Advogados de Kilmar Abrego Garcia o acusam de sofrer tortura em prisão na El Salvador

Processo envolve alegações de tortura e ameaças em centro de detenção, após deportação equivocada dos EUA, contrapondo a postura do governo salvadorenho

Os advogados de Kilmar Abrego Garcia alegaram nesta quarta-feira (25) que seu cliente foi “ameaçado e torturado” na prisão de CECOT, na El Salvador, antes de ser transferido para outro estabelecimento. As denúncias fazem parte de um documento judicial que expõe as condições desumanas enfrentadas por Abrego Garcia após sua detenção no país centro-americano.

Abuso na prisão de CECOT e ameaças de morte

No documento, os advogados relatam que, ao chegar ao centro de detenção de CECOT, um oficial prisional teria dito a Abrego Garcia e a outros detidos: “Bem-vindo ao CECOT. Quem entra aqui não sai mais”. Segundo as alegações, ele foi forçado a despir-se, recebeu roupas prisionais e foi submetido a agressões físicas, incluindo chutes nas pernas com botas e golpes na cabeça e nos braços para acelerar a troca de roupa.

O relatório indica que, no dia seguinte, Abrego Garcia apresentava “hematomas e inchaços visíveis em todo o corpo”. Ele e outras 20 pessoas detidas na mesma prisão tiveram que ficar de joelhos das 21h às 6h, sob a agressão de guardas, enquanto eram impedidos de usar banheiro e acabaram se envolvendo em sujeira e constrangimentos.

Violência e ameaças constantes

De acordo com os advogados, Abrego Garcia presenciou outros detentos, alegadamente integrantes de gangues, se ferindo mutuamente com violência sem intervenção dos guardas e ouviu gritos vindos de células próximas durante toda a noite. Ele também teria sido informado várias vezes pelos oficiais que seria transferido para células com membros de gangues que “o desmembrariam”.

Contexto político e judicial

A deportação de Abrego Garcia, ocorrida em 15 de março, gerou controvérsia, pois ocorreu apesar de uma ordem judicial federal de 2019 que o protegia de ser deportado para El Salvador. O governo dos EUA inicialmente admitiu que a deportação foi um “erro administrativo”, mas resistiu a tomar medidas para facilitar seu retorno, ao mesmo tempo em que acusava o brasileiro de ter ligações com a gangue MS-13, o que ele e sua família negam veementemente.

Recentemente, foi revelado que o governo americano havia trazido Abrego Garcia de volta aos EUA, enquanto tentava processá-lo por crimes relacionados ao transporte de imigrantes ilegais, uma ação considerada pelos advogados como “abuso de poder” e “mistura de política e justiça”.

Impactos e próximos passos

As alegações de tortura e ameaças reforçam o clima de tensões políticas envolvendo o caso de Abrego Garcia, que continua sua batalha legal nos Estados Unidos. A defesa argumenta que as condições na prisão salvadorenha agravaram seu estado psicológico e físico, além de violarem seus direitos humanos. A expectativa é que o caso continue gerando debates sobre o sistema migratório e as ações do governo na gestão de deportações.

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