Brasil, 4 de julho de 2025
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Wajngarten e advogado confirmam contato com filha de Cid

Wajngarten e Kuntz testemunham à PF, negando discussões sobre delação com filha do tenente-coronel Mauro Cid.

Em um desdobramento significativo na investigação sobre a trama golpista que envolve figuras do governo Bolsonaro, o ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o advogado Eduardo Kuntz foram interrogados pela Polícia Federal (PF). Ambos confirmaram a existência de contatos com a filha do tenente-coronel Mauro Cid, mas enfatizaram que as conversas não se relacionaram com o acordo de delação premiada do militar. Segundo eles, os diálogos giraram em torno de competições de hipismo.

Depoimentos e Contexto da Investigação

O depoimento de Wajngarten e Kuntz ocorreu após relatos de familiares de Cid indicando que houve interações. Wajngarten, que serviu no governo de Jair Bolsonaro, e Kuntz, defensor do ex-assessor presidencial Marcelo Câmara, prestaram esclarecimentos na terça-feira, juntamente com Câmara e o advogado Paulo Cunha Bueno, que defende Bolsonaro.

No depoimento, Wajngarten negou ter tido qualquer tipo de contato com Mauro Cid desde agosto de 2023, quando o militar começou a prestar declarações sobre sua colaboração premiada, que foi homologada no mês seguinte. O advogado afirmou que a única vez que se comunicou com a família de Cid foi por meio do pai, o general Lourena Cid, que solicitou ajuda para a inscrição de uma de suas netas em um campeonato de hipismo em São Paulo.

Contato com a Adolescente

Questionado sobre contatos com a filha de Cid, Wajngarten admitiu que pode ter trocado mensagens, mas enfatizou que essas comunicações eram “exclusivamente de solidariedade”. Assim como Wajngarten, Kuntz também se manifestou sobre seu relacionamento com a adolescente, afirmando que conheceu a jovem em março de 2023, antes da primeira prisão de Cid, em um evento da Sociedade Hípica Paulista.

O advogado declarou ter mantido contatos esporádicos com a filha de Cid através de WhatsApp e Instagram até março de 2024, ressalvando que as conversas foram interrompidas após a segunda prisão do tenente-coronel, por descumprimento de medidas cautelares. Kuntz afirmou que a maior parte dos diálogos abordava questões do hipismo, embora tenha reconhecido que poderiam ter surgido discussões sobre os processos legais envolvendo Cid e uma possível mudança na defesa técnica.

Negação de Discussões sobre Delação

Tanto Wajngarten quanto Kuntz se mostraram firmes em negar que qualquer troca de mensagens envolvesse discussões sobre o acordo de delação de Cid. O advogado Kuntz, durante seu depoimento, foi questionado sobre uma mensagem em que informava à adolescente que “toda segunda faz uma limpeza em seu celular”. Ele apresentou dificuldades em se lembrar do contexto, mas enfatizou que usa frequentemente a função de mensagens temporárias.

Paralelamente, Marcelo Câmara, que também foi ouvido no mesmo dia, negou qualquer contato com Cid ou sua família e alegou não estar ciente dos comunicados trocados por seu advogado. Ele figura como réu em ações penais relacionadas à alegada trama golpista e foi preso preventivamente sob a suspeita de interferir no processo de delação de Cid.

Esclarecimentos Finais e Repercussões

Por sua vez, o advogado Paulo Cunha Bueno, que defende Bolsonaro, limitou-se a confirmar que teve contatos com a família de Mauro Cid, mas também negou ter discutido qualquer aspecto da delação. Este caso continua a trazer à tona questões acerca da obstrução da justiça e as inter-relações entre diversas figuras políticas envolvidas.

As investigações continuam em andamento, e a confirmação dos contatos entre os depoentes e a família de Cid acrescenta uma nova camada ao já complexo panorama legal e político do Brasil. A população e os observadores internacionais aguardam ansiosamente por novos desdobramentos a respeito dessa trama recheada de implicações e possíveis consequências legais para os envolvidos.

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