Uma mulher grávida de Alabama, casada com um imigrante iraniano, relatou que e sua família ficaram “completamente surpreendidos” quando o ICE deteve seu marido durante uma operação recente contra iranianos nos Estados Unidos. A prisão ocorreu no fim de semana, como parte de uma ofensiva do Departamento de Segurança Interna dos EUA.
Detenção de Ribvar Karimi e acusações do ICE
Ribvar Karimi, marido de Morgan Gardner, foi uma de 11 pessoas iranianas presas no último domingo, sob a alegação de que representa uma ameaça à segurança nacional. Segundo o ICE, Karimi serviu como atirador de elite no exército iraniano de 2018 a 2021 e possui carteira de identificação do Exército da República Islâmica do Irã.
A agência justificou a ação afirmando que os detidos “refletem o compromisso de impedir terroristas conhecidos e suspeitos de atuarem na comunidade americana”.
Visão da esposa e questões pessoais
Morgan Gardner, que está com sete meses de gravidez, afirmou à Newsweek que seu marido “nunca lutou contra forças americanas ou aliadas”, e que, na verdade, ele combateu o Estado Islâmico (ISIS) durante o serviço militar. “Ele foi capturado uma vez enquanto lutava contra o terrorismo”, ressaltou.
Segundo ela, eles se conheceram online jogando Call of Duty: Mobile e o casamento ocorreu em fevereiro deste ano, com o casal tendo planos de celebrar um bebê em breve. Sua cunhada, Cyndi Edwards, criou uma campanha no GoFundMe para ajudar com custos legais e destacou o papel de Karimi na comunidade local, apoiando a esposa e cuidando do pai de Morgan em uma crise de saúde.
Questionamentos sobre o processo de imigração
De acordo com o Departamento de Segurança Interna, Karimi entrou legalmente nos EUA em outubro de 2024, com visto de K-1 para noivos de cidadãos americanos, mas não regularizou sua situação após o casamento, uma exigência legal que, se não cumprida, pode levar à deportação.
A advogada de Morgan afirmou que administrações anteriores provavelmente não teriam permitido a detenção, especialmente considerando seu vínculo como cidadã americana. Ela explicou que interromperam o processo de green card após a esposa descobrir que estava grávida e tinha complicações na gestação.
Preocupações com o ódio e a segurança
Morgan alegou que acredita que seu marido foi especificamente alvo por questões relacionadas à sua origem, citando que ele “não lutou contra os EUA, mas sim contra o terrorismo islâmico”. Ela também expressou preocupações de que, se deportado para o Irã, seu marido possa estar em risco de morte devido à sua oposição ao regime iraniano e apoio ao ex-presidente Donald Trump.
“Ele apoiava as políticas de Trump e acreditava que estavam protegendo o povo americano e ajudando na libertação do povo iraniano”, afirmou.
Reação familiar e clima político
Embora Morgan não tenha votado na última eleição presidencial, sua família sempre apoiou Trump, mas agora se sente traída e arrependida de suas escolhas políticas. “Todos se sentem enganados”, declarou ela, ressaltando a decepção com o que consideram um erro na decisão de apoio ao ex-presidente.
Em meio à crise, a jovem trabalha para manter a esperança de que seu marido estará ao seu lado quando ela der à luz, lamentando que ele não poderá participar do chá de bebê previsto para o próximo final de semana.
Este caso acende um debate sobre as políticas migratórias e a forma como indivíduos com vínculos legítimos podem ser afetados por ações de deportação que parecem estar focadas em questões políticas e de segurança nacional.