Brasil, 4 de julho de 2025
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Ana Paraguaya: detalhes da prisão que expôs rota de tráfico

Polícia do RJ revela esquema de tráfico de drogas e armas operado por Ana Paraguaya com ligações entre facções em todo o Brasil.

Na última quarta-feira (2), a Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou uma importante rede de tráfico que conectava o Primeiro Comando da Capital (PCC) ao Comando Vermelho (CV). A prisão de Ana Lúcia Ferreira, conhecida como Ana Paraguaya, em Taubaté (SP), traz à tona uma operação que funcionou por pelo menos uma década, abastecendo comunidades cariocas com drogas e armas.

A operação e o papel de Ana Paraguaya

Ana, que foi casada com um dos líderes do PCC na fronteira com o Paraguai, Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã, também teve um relacionamento com Fhillip da Silva Gregório, o Professor, importante figura do CV, que foi morto recentemente. A prisão ocorreu em meio a uma investigação que revelou o seu papel estratégico no tráfico de armas e drogas, onde ela era responsável por negociações com fornecedores e pela logística de transporte das cargas ilegais até o Rio de Janeiro.

De acordo com a polícia, ela utilizava rotas terrestres que passavam por Ponta Porã (MS), Minas Gerais e São Paulo, disfarçando os carregamentos como se fossem cargas comuns, como alimentos. “Essa conexão entre PCC e Comando Vermelho nasce com um elemento oculto, que ao longo dos anos adquiriu vasta experiência”, afirmou o delegado Pedro Cassundé, responsável pela investigação.

Desdobramentos da operação

Além de Ana, outro indivíduo vital para a operação foi Gustavo Miranda de Jesus, preso na quinta-feira (3) na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele é apontado como o cérebro financeiro da quadrilha, responsável por lavar o dinheiro do tráfico por meio de eventos em comunidades e empresas de fachada. Estima-se que Gustavo tenha movimentado mais de R$ 250 milhões em transações ilícitas.

Nos áudios obtidos pelas autoridades, Gustavo menciona que estabelecimentos como choperias eram utilizados exclusivamente para lavagem de dinheiro. O delegado Vinícius Miranda detalhou como funcionava o esquema: “Ele pagava fornecedores, abria contas de fachada e remetia dinheiro a comércios diversos para ocultar a origem ilícita.”

Implicações da prisão de Ana Paraguaya

A prisão de Ana e Gustavo foi um duro golpe para o tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro. A operação não somente expôs a extensão do crime organizado, mas também levantou questionamentos sobre a capacidade das forças de segurança em lidar com essas redes. Vídeos divulgados pela polícia mostram criminosos vinculados ao grupo exibindo armamentos de alto calibre e grandes quantias de dinheiro, o que ilustra a gravidade da situação.

As ações de Ana Paraguaya foram descritas como sofisticadas, baseadas em uma manipulação cuidadosa de contatos e recursos. A polícia acredita que, sem ela, o fluxo de armas e drogas para o Rio de Janeiro pode ser comprometido. As investigações continuam em busca de mais envolvidos na organização criminosa e na identificação de outras rotas utilizadas para o tráfico.

Impacto social

O impacto dessa operação transcende a captura de indivíduos. A presença de facções criminosas no cotidiano da população carioca gera um ciclo vicioso de violência e medo. A atuação de figuras como Ana Paraguaya e Gustavo demonstra como o crime organizado se entrelaça com a vida social e econômica das comunidades. A libertação de um padrão de vida glamouroso por meio das redes sociais ilustra a complexidade da narrativa ao redor do tráfico: um jogo de fachada que seduz, mas que por trás carrega uma realidade de dor e sofrimento.

As autoridades destacam a importância de permanecer vigilantes e proativos na luta contra o crime organizado. Com o encerramento deste capítulo, espera-se que novas frentes sejam abertas no combate ao tráfico, visando a recuperação e a proteção das comunidades mais afetadas por essa realidade. A prisão de Ana Paraguaya é mais um passo na guerra contra o crime, mas o caminho ainda é longo.

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