Um alerta ligado para a saúde animal no Brasil: um recente levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) revelou que 222 cavalos morreram após o consumo de ração produzida pela Nutratta Nutrição Animal. Além desses casos confirmados, outras 195 mortes estão sob investigação em várias partes do país. A situação está gerando preocupação entre criadores e veterinários, especialmente no estado de São Paulo, onde a maior parte dos casos foi registrada.
Contexto da crise sanitária
A primeira ocorrência de mortes relacionadas ao consumo de ração da Nutratta foi noticiada à ouvidoria do Mapa em 26 de maio de 2025. Rapidamente, o Governo Federal atuou e, em junho, proibiu a comercialização de todos os produtos da empresa destinados a qualquer animal. Essa intervenção visa proteger a saúde animal e evitar a propagação do problema, que já se mostra grave.
Até o momento, o estado de São Paulo lidera a lista de mortes, seguido por Rio de Janeiro e Alagoas. Em São Paulo, 83 cavalos perderam a vida, enquanto no Rio de Janeiro, o número chega a 69, e Alagoas registra 65 mortes. As investigações se estendem a localidades em Goiás, Minas Gerais e na Bahia, onde novos casos foram reportados.
Dificuldades na apuração dos casos
O Mapa informa que a investigação dos novos casos está sendo dificultada por várias razões. A formalização das denúncias através da ouvidoria é vital, mas muitos casos não estão sendo devidamente comunicados a este canal. Além disso, o ciclo de aparecimento dos sintomas nos equinos, que pode ocorrer meses após a interrupção do uso da ração, complica a determinação da causa das mortes.
Impacto da substância tóxica
Veterinários que estão acompanhando os casos identificaram a presença de uma substância tóxica, a monocrotalina, na ração investigada. Essa substância, encontrada em crotolárias, é altamente prejudicial aos animais, atingindo inicialmente o fígado, que pode falhar rapidamente, levando a complicações graves nos rins e danos ao sistema neurológico. Os sintomas podem levar meses para aparecer, criando um cenário complicado para o diagnóstico:
“Os animais que se alimentaram de uma certa quantidade rápida, tiveram um quadro mais agudo de intoxicação. Já aqueles que ingeriram pequenas quantidades, foram lentamente intoxicados, o que acabou levando à morte de forma mais gradual”, explica um veterinário ouvido pelo g1.
Fiscalização e ações corretivas
Após a denúncia inicial, o Mapa realizou fiscalizações na fábrica da Nutratta, identificando irregularidades que motivaram a suspensão cautelar da produção de suas rações. O Ministério destaca seu compromisso em proteger a saúde animal. Informações e denúncias sobre o assunto podem ser comunicadas através da ouvidoria oficial.
A fabricante de ração impetrou um mandado de segurança contra as ações do Mapa, mas, até o momento, aguarda uma decisão judicial. O governo também anunciou que, além da proibição da venda de produtos da Nutratta, outras medidas estão sendo tomadas para assegurar que a cadeia produtiva agropecuária seja mantida em segurança.
Conclusão
Este triste episódio envolvendo a morte de inúmeros cavalos ressalta a importância da vigilância na indústria alimentícia e a necessidade de medidas rigorosas para assegurar a qualidade dos produtos consumidos por animais. Os tutores de animais e o público em geral devem permanecer atentos e relatar quaisquer suspeitas imediatamente. A saúde e o bem-estar dos nossos animais de estimação devem sempre ser priorizados.
O Mapa segue monitorando a situação e assegura que continuará a investigar até que todas as causas das mortes sejam identificadas e abordadas. As consequências dessa crise também nos lembram da importância da rastreabilidade e da segurança alimentar no Brasil.
Siga acompanhando as atualizações sobre as novas informações relacionadas ao caso e sobre a utilização de produtos para animais. Mais detalhes podem ser acessados no site do g1 Campinas.