As taxas de natalidade ao redor do planeta estão em declínio, indicando uma futura redução populacional severa que pode impactar a economia e a sustentabilidade, dizem demógrafos.
O que está por trás da diminuição das famílias
De acordo com os pesquisadores Dean Spears e Michael Geruso, autores do livro *After the Spike*, a tendência de famílias menores não é uma resposta direta a eventos econômicos recentes, mas uma mudança social profunda que ocorre há séculos. Spears explica que, enquanto o crescimento populacional foi impulsionado por altas taxas de natalidade no passado, atualmente as decisões culturais, econômicas e sociais levam as famílias a terem menos filhos.
O futuro da população mundial e o desafio do declínio
Os especialistas afirmam que, dentro de algumas décadas, a taxa de natalidade será insuficiente para substituir a geração anterior, levando a uma diminuição global da população. “Sem pelo menos duas crianças por família, cada geração será menor que a anterior”, alerta Geruso. Isso ocorrerá independentemente do número absoluto de habitantes, seja 10 bilhões ou menos.
Por que a tendência de menos filhos deve continuar
Spears destaca que, ao contrário de animais que respondem ao ambiente com comportamentos de reprodução reversíveis, a humanidade baseia suas decisões em fatores culturais e econômicos de longo prazo. “A redução de natalidade tem sido uma trajetória constante e sustentável, não uma resposta a crises pontuais”, afirma.
Consequências econômicas e sociais do declínio populacional
O envelhecimento populacional pode gerar dificuldades para manter sistemas de aposentadoria, saúde e consumo, além de afetar a força de trabalho global. Porém, para Spears, essa mudança também pode refletir avanços na saúde e na qualidade de vida, com menos famílias tendo menores riscos de pobreza infantil.
Como o mundo pode se preparar para esse futuro
Segundo os autores, a sociedade deve reconhecer o fenômeno e planejar políticas que incentivem ou gerenciem essa transição populacional. Ainda não há um consenso sobre se devemos desejar uma estabilização ou um crescimento moderado, sendo esse um debate fundamental na agenda global.
As reflexões de Spears e Geruso desafiam o paradigma de que mais pessoas significam mais progresso, sugerindo que entender e aceitar as mudanças demográficas é essencial para um futuro sustentável.