Brasil, 4 de julho de 2025
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Vaticano minimiza impacto de documentos vazados sobre missa tradicional

Leaked Vatican documents sugerem maior apoio dos bispos à missa tradicional, contrariando justificativas do Papa Francis, mas Vaticano desconsidera as revelações

O Vaticano tentou diminuir a repercussão de documentos internos vazados que indicam que uma maioria de bispos apoiava mais favoravelmente a missa tradicional do que o apontado oficialmente pelo papa Francisco ao restringir sua celebração em 2021.

Vaticano classifica documentos vazados como incompletos e parciais

No dia 3 de julho, Matteo Bruni, porta-voz do Vaticano, afirmou que os textos divulgados “presumivelmente dizem respeito a parte de um dos documentos que embasaram a decisão de restringir a missa tradicional”.

Bruni descreveu as informações como “uma reconstrução muito parcial e incompleta do processo decisório” e evitou confirmar a autenticidade dos documentos, acrescentando que outros registros e consultas também foram considerados na decisão.

Reação de críticos e de grupos ligados à missa tradicional

Os textos vazados, publicados pela jornalista Diane Montagna em sua newsletter, mostram que muitos bispos tinham uma opinião mais favorável à missa tradicional do que a narrativa oficial do Papa Francisco, que alegou que a maioria dos prelados apoiava as restrições.

Joseph Shaw, presidente da federação Una Voce Internacional, afirmou que os documentos vazados demonstram que “apenas a opinião de uma minoria de bispos contrários ao TLM foi levada em consideração” e que a maioria teria tido sua posição ignorada.

Contexto e impacto do decreto Traditionis Custodes

O documento, assinado pelo Papa Francisco em julho de 2021, revogou as permissões concedidas por Papa Bento XVI em 2007 para a celebração da missa em forma extraordinária, conhecida como missa tridentina ou latim clássico.

Segundo o próprio Papa, a decisão levou em conta uma pesquisa enviada a bispos de todo o mundo, mostrando que muitos prelados acreditavam que a liberdade de celebrar a missa tradicional poderia gerar divisões na Igreja.

Revelações contrariam alegações oficiais

Os documentos vazados indicam que a maior parte dos bispos que responderam ao questionário estavam satisfeitos com o Summorum Pontificum, decreto de 2007. Muitos deles, no entanto, defendiam que a norma não cumpria seu objetivo de promover a reconciliação litúrgica.

Uma parte expressa desejo de retroceder às regras anteriores a 2007, buscando maior controle sobre as celebrações em latim, embora uma maioria considerasse que mudanças legislativas poderiam prejudicar a unidade da Igreja.

Autoridades do Vaticano permanecem em silêncio

Além do porta-voz Matteo Bruni, representantes da Congregação para o Culto Divino disseram que “não têm mais comentários” sobre os documentos vazados, reforçando que a avaliação oficial foi de que a decisão foi tomada após múltiplas consultas.

Perspectivas e controvérsias futuras

Especialistas e grupos tradicionalistas afirmam que os documentos vazados evidenciam uma postura mais favorável à missa antiga do que a narrativa oficial do Vaticano, indicando possíveis divergências internas.

Analistas consideram que essa controvérsia poderá influenciar futuros debates sobre a liberdade litúrgica na Igreja Católica, especialmente com o surgimento de expectativas de que o Papa possa revisitar ou moderar as restrições impostas.

O Vaticano deve publicar em breve um documento oficial em resposta às revelações, enquanto o debate sobre a liturgia tradicional permanece aceso no mundo católico.

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