O Banco de Desenvolvimento dos BRICS, conhecido como Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), foi criado em 2014 por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para oferecer uma alternativa de financiamento voltada ao crescimento sustentável de países emergentes. Com sede em Xangai, a instituição tem como foco principal apoiar projetos de infraestrutura e iniciativas sustentáveis nos países membros.
Impactos na infraestrutura dos países dos BRICS
Segundo Carlos Honorato, professor da FIA Business School, o banco representa uma estratégia de cooperação entre nações em desenvolvimento, visando ampliar a infraestrutura por meio de investimentos em obras como ferrovias, estradas e sistemas de água. “Seu maior objetivo é financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, colocando recursos em países membros”, explica Honorato.
Desde sua criação, o banco aprovou mais de 32,8 bilhões de dólares em financiamentos para projetos no Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Bangladesh e Egito. Entre as iniciativas destacadas estão a expansão de energias renováveis na Índia, o desenvolvimento de ferrovias na África do Sul e o fortalecimento do abastecimento de água no Nordeste brasileiro.
Aporte financeiro e distribuição de cotas
Apesar de a China ter a maior economia entre os membros, ela possui apenas 20% das cotas do banco, assim como os demais países fundadores. Cada nação aportou US$ 10 bilhões (R$ 54 bilhões). Desse total, US$ 2 bilhões (R$ 11 bilhões) foram pagos ao longo de sete anos, enquanto US$ 8 bilhões (R$ 43 bilhões) permanecem como garantia para garantir a segurança nas operações do banco.
De acordo com Honorato, a participação de novos países dependerá do valor que eles poderão integralizar, seguindo uma cláusula que impede que nações não fundadoras tenham participação superior a 7%.
Benefícios para o Brasil e perspectivas futuras
Além de promover o desenvolvimento, o banco oferece ao Brasil acesso a créditos internacionais com juros menores, fortalecendo investimentos em setores estratégicos, como energia e transporte, principalmente em regiões menos atendidas, como Norte e Nordeste.
Durante a 17ª cúpula do BRICS, que ocorreu no Rio de Janeiro em julho, o NDB foi destacado como uma ferramenta financeira importante para apoiar projetos de cooperação, incluindo acordos energéticos que podem ser facilitados pelo banco.
A presidência rotativa do banco já contou com representantes brasileiros, como Marcos Troyjo e Dilma Rousseff, que assumiu o cargo em março de 2023, indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo análise de especialistas, o papel do Banco dos BRICS será cada vez mais relevante na articulação internacional e no desenvolvimento sustentável dos países do bloco.