O magnata da música e fundador da Bad Boy Records, Sean “Diddy” Combs, foi condenado nesta semana a duas acusações relacionadas ao transporte para prostituição em um tribunal federal em Nova York. Combs foi considerado culpado por transportar suas ex-parceiras, Cassie Ventura e uma mulher conhecida como Jane, para atos sexuais mediante pagamento, violando a legislação federal, enquanto foi absolvido das acusações mais graves de conspiração de tráfico sexual por força, fraude ou coerção. A sentença pode resultar em até 20 anos de prisão.
Condenações e julgamento de Combs
O júri de Manhattan considerou Combs culpado em duas das cinco acusações que enfrentava, sendo elas relacionadas ao transporte de suas ex-namoradas para encontros sexuais pagos. Durante o julgamento, Ventura e Jane testemunharam sobre experiências traumáticas envolvendo o produtor, relatando ter sido forçadas a participar de “freak-offs”, eventos sexuais feitos sob efeito de drogas como Ecstasy e MDMA. Combs também foi acusado de usar sua influência para transportar essas mulheres e outros homens para esses encontros em diferentes locais do país.
Reação das vítimas e testemunhos
Ventura declarou que os encontros eram exaustivos e traumáticos. Sua mãe, Regina Ventura, revelou que Combs a ameaçou e exigiu uma quantia de US$ 20 mil após descobrir que sua filha estava envolvida com outra pessoa. Sua denúncia civil de novembro de 2023, que resultou em um acordo de US$ 20 milhões, foi fundamental para a abertura da investigação que levou às acusações federais. Ventura destacou a coragem de sua clienta, afirmando: “Cassie deixou uma marca indelével na luta pela justiça.”
Jane também prestou depoimento, descrevendo episódios de violência e abuso. Ela afirmou que o artista ignorava sinais de que queria parar durante encontros sexuais “sombrio e sujos”, mesmo após fazer gestos e expressões de cansaço. Segundo ela, Combs a pressionava a continuar vendo outros homens enquanto ele assistia.
Pessoas ouvidas no julgamento
Além das ex-parceiras, testemunharam figuras como Daniel Phillip, que alegou ter sido pago por encontros sexuais com Combs, e Israel Florez, ex-segurança do hotel InterContinental em Los Angeles, onde imagens de uma agressão de Combs contra Ventura em 2016 foram apresentadas. Celebridades também participaram do julgamento, incluindo Dawn Richard, ex-colega de banda de Combs, e Kid Cudi, que descreveu retaliações por parte do produtor após seus encontros amorosos.
Defesa e próximos passos
Durante o julgamento, os advogados de Combs admitiram que ele tinha comportamentos violentos em relações domésticas, mas contestaram a acusação de tráfico sexual, argumentando que suas ações não configuravam crime. Os defensores reiteraram que ele não participou de nenhuma organização criminosa vinculada às acusações. Combs, que optou por não depor e rejeitou um acordo de plea deal, também não chamou testemunhas para defender seu caso.
Impacto e repercussões futuras
Apesar de sua absolvição nas acusações mais graves, Combs enfrenta dezenas de processos civis por abuso sexual e agressões relatadas por várias mulheres ao longo dos anos. Especialistas consideram que a condenação em duas acusações menores representa um avanço na luta contra o abuso de figuras públicas de destaque no cenário musical e cultural brasileiro e internacional.