Hoje celebramos a festa do Apóstolo São Tomé, um momento oportuno para refletirmos sobre a fé e a importância da comunidade religiosa na vida cristã. Dom Mário Spaki, bispo de Paranavaí, nos convida a revisitar João 20,24-29, onde encontramos a célebre passagem sobre a dúvida de Tomé após a ressurreição de Jesus.
A narrativa de São Tomé
Na passagem, Tomé não estava presente quando Jesus apareceu pela primeira vez aos discípulos. Ao ser informado por eles sobre a ressurreição, ele expressa sua incredulidade, afirmando que só acreditaria se pudesse tocar as feridas do Senhor. Oito dias depois, ao estar novamente com os apóstolos, Jesus aparece e, com compaixão, convida Tomé a tocar suas cicatrizes, reafirmando a necessidade de fé.
“Põe o teu dedo aqui e olha nas minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel!”, diz Jesus. Este chamado nos remete a um aspecto crucial da vida em comunidade: a importância da participação ativa nas experiências de fé com os outros.
Os riscos da ausência
A reflexão de Dom Mário destaca que, ao nos afastarmos da comunidade, corremos o risco de não apenas perdermos a alegria que ela proporciona, mas também de duvidarmos das experiências espirituais que estão sendo compartilhadas. A presença na comunidade não se resume a um encontro físico, mas envolve a vivência da fé em conjunto, onde podemos apoiar e ser apoiados. “Quando faltamos na comunidade, não participamos da alegria dos discípulos”, enfatiza o bispo.
Como viver esse Evangelho hoje?
Viver o Evangelho de São Tomé neste contexto contemporâneo implica reconhecer a necessidade de estarmos juntos como uma família de fé. É um convite a quebrar as barreiras da dúvida e a permitir que a fé coletiva nos sustente, mesmo em momentos de crise ou incerteza. O Senhor não apenas reconhece a ausência de Tomé, mas também vai ao seu encontro, demonstrando que Ele está sempre pronto para nos acolher, mesmo quando nos afastamos.
Essa interação com Jesus nos ensina que Ele não nos abandona em nossa dúvida. Em vez disso, Ele se aproxima, nos convida a tocar suas cicatrizes e a crer. Em um mundo onde a dúvida é frequentemente amplificada, a luz da fé compartilhada na comunidade se torna cada vez mais vital.
A resiliência da fé em tempos desafiadores
Hoje, as comunidades de fé enfrentam desafios diversos, como a secularização, a falta de fé e a indiferença. No entanto, assim como Jesus encontrou Tomé em sua dúvida, Ele também nos encontra hoje, mesmo quando nos sentimos distantes ou inseguros. É fundamental entender que a dúvida faz parte da jornada de fé, mas a presença comunitária proporciona o suporte necessário para superá-las.
Ao tomarmos parte ativa nas celebrações e nas vivências da fé, fortalecemos não apenas a nós mesmos, mas também nossos irmãos e irmãs que caminham ao nosso lado. Essa colaboração e apoio mútuo nos ajudam a construir uma comunidade forte, onde cada um pode trazer suas dúvidas e questionamentos, e, juntos, buscar respostas e fortalecimentos na fé.
Conclusão
Assim, nesta festa do Apóstolo São Tomé, somos chamados a refletir sobre nossa própria presença na comunidade de fé. Será que estamos, de fato, buscando estar com nossos irmãos e irmãs em Cristo? Estamos abertos a receber o toque de Jesus em nossas vidas, mesmo nas dúvidas? Que possamos seguir o exemplo de Tomé: da incredulidade à fé, e que, assim como ele, possamos reconhecer em Jesus “… meu Senhor e meu Deus!”.
A presença em nossa comunidade é não apenas um suporte espiritual, mas um aspecto essencial da vivência cristã. Que possamos valorizar e participar ativamente, vivendo a alegria e a fé na comunhão com nossos irmãos.
Para mais detalhes, acesse a reflexão completa do bispo Dom Mário Spaki [aqui](https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2025-07/evangelho-03-julho-2025-dom-mario-spaki.html).
