Brasil, 3 de julho de 2025
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Brasil atinge R$ 2 trilhões em impostos pagos em 2025

Em 2025, brasileiros desembolsaram R$ 2 trilhões em impostos, com crescimento impulsionado por ampla atividade econômica e melhor fiscalização.

Nesta quinta-feira (3/7), o Impostômetro, um painel eletrônico que monitora a quantidade de tributos pagos no Brasil, registrou que os cidadãos brasileiros desembolsaram R$ 2 trilhões em impostos apenas neste ano. Este número representa um aumento significativo de 11,1% em relação ao mesmo período de 2024, quando essa marca foi alcançada em R$ 1,8 trilhão. No ano anterior, o total de R$ 2 trilhões foi atingido somente no dia 21 de julho.

Causas do aumento na arrecadação tributária

Os economistas consultados pelo portal Metrópoles citam que o crescimento na arrecadação tributária está atrelado a diversos fatores, como a recuperação da atividade econômica, a melhoria nas práticas de fiscalização e novas políticas implementadas pelo governo federal. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revelou que essa marca de R$ 2 trilhões havia sido registrada pela primeira vez há dez anos, em 9 de dezembro de 2015.

Impostômetro: um indicador importante

  • O Impostômetro é um painel localizado na sede da Associação Comercial de São Paulo, em funcionamento desde 2005, que contabiliza em tempo real o valor de tributos pagos por brasileiros.
  • Ele considera todos os pagamentos feitos à União, estados e municípios, abrangendo impostos, taxas, multas e contribuições.
  • Tributos como Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto de Renda são os principais itens monitorados.
  • A arrecadação é fundamental para financiar serviços essenciais, como saúde e educação, um princípio garantido pela Constituição Federal.

O que explica a rapidez no alcance de R$ 2 trilhões?

Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), aponta que o crescimento da arrecadação tributária em 2025 se deve a uma combinação de fatores, incluindo o aumento da atividade econômica e a inflação. Ele destaca que a estrutura tributária brasileira se baseia amplamente em impostos sobre o consumo, que são diretamente afetados pelas variações de preço.

Entre os fatores que contribuem para essa crescente arrecadação estão:

  • Elevação das alíquotas do ICMS;
  • Tributação de empresas “offshore”;
  • Reoneração dos combustíveis;
  • Alterações na tributação de incentivos fiscais estaduais;
  • Retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Ruiz de Gamboa também alerta que, apesar do aumento considerável na arrecadação, as perspectivas para o restante do ano são modestas, especialmente devido à alta taxa de juros Selic, atualmente em 15% ao ano, que tende a frear o crescimento econômico.

Medidas do governo e melhorias na fiscalização

Para Cristina Helena Pinto de Mello, professora de economia da PUC-SP, o Brasil está conseguindo cobrar tributos de maneira mais eficaz, o que tem influenciado positivamente a arrecadação. Contudo, ela não observa um aumento significativo na carga tributária em relação ao passado. Segundo Mello, a eficiência tributária melhorada e uma base econômica em crescimento são aspectos que explicam essa alta.

“O aumento da carga se relaciona a uma distorção herdada da década de 1980, que resulta na cobrança excessiva de impostos indiretos, considerados menos justos”, explica Mello.

Enrico Gazola, economista e sócio-fundador da Nero Consultoria, reforça que a elevação do Impostômetro deve-se a três fatores principais: a expansão nominal da economia, a reversão de desonerações e a criação de novas fontes de receita. Gazola ainda aponta que a carga tributária já ultrapassou 32% do PIB, o que representa um patamar não visto há 15 anos.

“A marca de R$ 2 trilhões é um indicador da saúde econômica do país e demonstra que a política fiscal continua a preferir aumentar a arrecadação em vez de implementar cortes de gastos”, conclui Gazola.

O economista finaliza ressaltando a necessidade de o governo estabelecer um plano claro para controlar gastos e revisar subsídios, sem o qual as discussões sobre aumentos de alíquotas e novas formas de tributos continuarão sem solução efetiva.

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