Brasil, 3 de julho de 2025
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Ministério da Agricultura investiga morte de 37 cavalos por ração contaminada

Revelações sobre a ração da Nutratta levantam preocupação na saúde equina.

Uma situação alarmante tem chamado atenção no Vale do Paraíba e região bragantina, onde a morte de 37 cavalos está sendo investigada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. Os casos, relacionados a ração contaminada, levantaram preocupações sobre a segurança dos produtos destinados à nutrição animal. O caso não se restringe a apenas uma localidade, visto que em todo o estado de São Paulo, pelo menos 287 mortes de equinos foram registradas, segundo levantamento da advogada Alessandra Agarussi, que representa parte dos proprietários afetados.

Casos de morte de cavalos na região

A situação é crítica em várias cidades da região. Os relatos incluem:

  • Caçapava – 9 mortes
  • Jacareí – 5 mortes
  • Pindamonhangaba – 3 mortes
  • Piracaia – 7 mortes
  • Santo Antônio do Pinhal – 10 mortes
  • Taubaté – 2 mortes
  • Tremembé – 1 morte

A suspeita inicial é de que a ração da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. tenha sido a causadora das mortes, levando o Ministério a determinar o recolhimento de todos os produtos fabricados a partir de 21 de novembro de 2024. Em nota, o Ministério afirmou que a comercialização dos produtos foi suspensa, dada a possibilidade de risco à saúde animal.

Investigação em andamento

O Ministério da Agricultura iniciou as investigações em 26 de maio, descobrindo que, em 100% dos casos analisados até agora, os proprietários dos cavalos relataram a ingestão de ração fabricada pela Nutratta. Resultados laboratoriais preliminares indicaram a presença de alcaloides pirrolizidínicos, como a monocrotalina, substâncias conhecidas por sua toxicidade, capazes de causar doenças fatais nos animais.

Relatos de tutores e impactos financeiros

Os proprietários dos animais têm compartilhado seus relatos dolorosos. Um deles é Paulo Henrique Pereira, que perdeu seu cavalo Gaiteiro. Ele investiu cerca de R$ 5,5 mil em medicamentos e tratamentos antes de constatar a gravidade do estado do animal, que apresentou problemas no fígado e no sistema neurológico antes de falecer. “Tentei tudo que pude, mas infelizmente não consegui salvá-lo”, lamentou Paulo.

Outro tutor, Roberto Barros, mencionou um prejuízo ainda maior, de R$ 500 mil, após a morte de sete de seus cavalos que consumiram a ração contaminada. “O prejuízo material é significativo, mas o impacto emocional é ainda mais devastador,” disse Roberto. Ele reforçou a importância de se denunciar esses casos ao Ministério da Agricultura para que as mortes sejam contabilizadas e investigadas oficialmente.

A Nutratta se pronuncia

Em resposta às notícias alarmantes, a Nutratta lamentou publicamente os óbitos relacionados ao seu produto Foragge Horse e se comprometeu a colaborar com as autoridades. A empresa anunciou medidas adicionais de autocontrole, incluindo a intensificação das análises laboratoriais e a revisão dos seus protocolos de qualificação de fornecedores. “Estamos adotando todas as providências necessárias para mitigar os efeitos dessa situação e oferecer suporte técnico aos nossos clientes”, declarou a Nutratta.

Enquanto a investigação avança, o impacto desta tragédia continua a atingir profundamente os tutores e amantes dos cavalos na região, que se mobilizam para garantir a segurança e bem-estar dos seus animais. O caso permanece em destaque, gerando discussões sobre a regulamentação e controle da qualidade dos produtos destinados à alimentação animal.

É fundamental que todos os envolvidos denunciem possíveis irregularidades e acompanhem as orientações das autoridades competentes para assegurar que tragédias como essa não se repitam. Embora a dor da perda dos animais seja imensurável, a luta por justiça e segurança na nutrição animal deve continuar.

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