Na manhã desta sexta-feira (20), um júri de Manhattan considerou Combs culpado por transporte para fins de prostituição em relação às suas ex-companheiras, Cassie Ventura e uma mulher anônima, conhecida como Jane. O fundador da Bad Boy Records, que lançou carreiras de estrelas do rap e R&B na década de 1990, enfrentava diversas acusações, incluindo tráfico de pessoas e conspiracy de racketeering. No entanto, foi absolvido das acusações mais graves, que envolviam conspiração de extorsão e tráfico de sexo por força, fraude ou coerção. Combs pode receber uma pena de até 20 anos de prisão, caso seja condenado na sentença definitiva.
Detalhes do julgamento e acusação
O processo revelou um esquema no qual Combs, usando sua fama, riqueza e influência, teria voado suas ex-parceiras e jovens trabalhadores do sexo para encontros sexuais por todo o país, violando a Lei Mann, federalmente implementada para combater tráfico de pessoas. Durante a audiência, testemunharam 34 pessoas, incluindo ex-empregados, agentes de polícia e as próprias vítimas, que relataram coerção, uso de drogas como Ecstasy e MDMA, além de gravações de encontros conhecidos como “freak-offs”.
Testemunhos impactantes
Cassie Ventura, que foi sua namorada por anos, explicou que foi forçada a participar de sessões sexuais com estrangeiros sob efeito de substâncias, enquanto Combs as observava. Sua mãe, Regina Ventura, também testemunhou que o rapper ameaçou divulgar vídeos íntimos caso ela não entregasse $20 mil, fato amplamente divulgado na mídia em um processo civil que foi resolvido rapidamente:** $20 milhões. O depoimento de Jane trouxe ainda mais detalhes sobre abusos violentos e manipulação emocional.
“Ela deixou uma marca indelével na luta por justiça,” afirmou Douglas H. Wigdor, advogado de Ventura, destacando a coragem de sua cliente após a revelação do caso. Jane descreveu suas experiências como traumáticas, dizendo que sentiu que seus relatos refletiam seu próprio abuso sexual e que, mesmo após sinais de desconforto, Combs insistia que ela continuasse, assistindo enquanto ela se envolvia com outros homens.
Reação da defesa e consequências
Os advogados de Combs admitiram que ele tinha um histórico de violência em relacionamentos, mas argumentaram que suas ações não constituíam tráfico sexual. Durante o julgamento, eles apresentaram duas solicitações de mistrial, alegando má conduta por parte do Ministério Público, recurso que foi negado pelo juiz responsável.
Além das condenações, a defesa do artista afirmou que ele mantém diversas ações civis relacionadas a acusações de abuso sexual, embora ele não tenha testemunhado durante o processo. Combs também optou por não aceitar um acordo de plea deal antes do início do julgamento, tornando sua defesa ainda mais desafiadora.
Repercussões e próximos passos
A condenação de Combs marca um marco na luta contra o abuso de figuras públicas, especialmente do universo do entretenimento. A justiça continua analisando as acusações de brutalidade e assédio feitas por outras ex-vítimas, enquanto Combs aguarda a decisão final de condenação, que poderá determinar uma pena de longo prazo.
O julgamento também evidencia o impacto de testemunhos valentes de vítimas que desafiaram o poder e influência de um dos nomes mais reconhecidos da indústria musical. A expectativa é que a sentença seja anunciada nas próximas semanas, enquanto a acusação promete continuar a busca por justiça para outras vítimas que ainda aguardam seus processos.
Mais informações sobre o caso e detalhes do julgamento podem ser acompanhados na reportagem completa do HuffPost.