Brasil, 4 de julho de 2025
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A aceleração inesperada da rotação da Terra pode levar ao dia mais curto da história

Estudo revela que a rotação da Terra está acelerando, impactando tecnologias como GPS e sistemas de horários.

Nos últimos anos, cientistas têm observado uma aceleração surpreendente na rotação da Terra, indicando que em breve poderemos testemunhar o dia mais curto da história. Graham Jones, astrofísico da Universidade de Londres, alerta que essa aceleração pode ocorrer em três datas específicas: 9 de julho, 22 de julho ou 5 de agosto deste ano.

Aceleração da rotação e suas consequências

Durante esses dias previstos, a duração do dia poderá diminuir em até 1,51 milissegundos. Embora essa mudança pareça mínima, seus efeitos podem ser amplos, afetando sistemas de satélites, a precisão do GPS e até mesmo os métodos de medição do tempo.

Leonid Zotov, da Universidade Estatal de Moscovo, afirma: “Ninguém esperava por isso, a causa dessa aceleração não está esclarecida.” Desde 2020, a equipe de pesquisa notou um aumento na velocidade de rotação da Terra, mas os motivos permanecem um enigma.

Histórico das mudanças na rotação da Terra

Historicamente, a Terra vinha desacelerando ao longo do tempo devido à atração gravitacional da Lua, que prolongou o ciclo de 24 horas que conhecemos atualmente. Comumente, a Terra leva 24 horas exatas, ou 86.400 segundos, para completar uma rotação completa, o que é chamado de dia solar. No entanto, essa regularidade já enfrentou perturbações.

A última vez que se registrou um dia mais rápido foi em 5 de julho de 2024, quando a rotação foi 1,66 milissegundos mais rápida do que o padrão estabelecido. O fenômeno pode ser atribuído a fatores naturais que influenciam o movimento da Terra, como terremotos e correntes oceânicas. Além disso, o derretimento das geleiras, o movimento do núcleo fundido da Terra e padrões climáticos como o El Niño também podem afetar a rotação.

Medições precisas e suas implicações

Essas variações são monitoradas por relógios atômicos, que oferecem uma precisão muito maior do que os relógios comuns. O recente aumento na velocidade de rotação surpreendeu os pesquisadores. Em 2020, a Terra quebrou vários recordes de dias curtos. Em julho desse ano, o dia 19 teve uma duração 1,47 milissegundos menor, seguindo com quedas semelhantes nos dias 9 de julho de 2021 e 30 de junho de 2022.

Após um leve abrandamento em 2023, a aceleração retornou em 2024, com diversos dias quebrando recordes anteriores, tornando-se o ano com o maior número de dias curtos já medidos. Os especialistas utilizam dados do Observatório Naval dos Estados Unidos e serviços internacionais de rotação da Terra para calcular essas mudanças.

Como a aceleração da rotação afeta a tecnologia

Até pequenas mudanças na duração do dia têm grande significado. Sistemas de GPS, redes de telefonia e operações financeiras dependem de precisão milimétrica, e alterações de poucos milissegundos podem gerar falhas tecnológicas. Atualmente, o mundo utiliza o Tempo Universal Coordenado (UTC), que ocasionalmente adiciona um segundo extra para se manter em sincronia com as lentas mudanças de ritmo da Terra.

Se a aceleração continuar, especialistas poderão ter que introduzir um “segundo negativo”, removendo um segundo do horário, algo sem precedentes até agora.

O que o futuro reserva?

Embora a tendência atual mostre a Terra girando mais rapidamente, os pesquisadores alertam que, eventualmente, a rotação irá desacelerar. Zotov explica: “Mais cedo ou mais tarde, a Terra irá desacelerar”, mas, neste momento, a aceleração prevalece.

Há bilhões de anos, a Terra girava tão rápido que um dia durava apenas algumas horas, influenciada pela gravidade da Lua. Contudo, os pesquisadores ainda buscam entender as causas exatas dessa recente aceleração. Detalhes sobre o movimento das camadas fundidas no núcleo, as correntes oceânicas e padrões de vento em grandes altitudes estão sendo estudados para decifrar este fenômeno.

Enquanto isso, a comunidade científica continua vigilante e empenhada em compreender as mudanças que ocorrem dentro do nosso planeta, na esperança de que um melhor entendimento ajude a mitigar possíveis impactos na tecnologia e na sociedade.

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