Na terça-feira (1º), a Diocese de Fresno, na Califórnia, entrou com um pedido de Chapter 11 na justiça, visando lidar de forma justa com mais de 150 processos de abuso sexual contra sacerdotes, conforme anunciado pelo bispo Joseph Brennan. A ação busca proteger a continuidade das atividades religiosas enquanto tenta atender às demandas dos denunciantes.
Pedido de falência e respostas à crise de abuso
O bispo Brennan afirmou que a decisão de solicitar a falência foi “o único caminho que permitirá lidar com as reivindicações de abuso sexual com compaixão, justiça e equidade, ao mesmo tempo em que garante a manutenção do ministério na diocese”.
Segundo a legislação estadual, as acusações foram formalizadas sob uma lei que, temporariamente, ampliou o prazo para denúncias de abuso, permitindo que vítimas entrassem com processos entre 2019 e 2022. No total, Brennan revelou que há 154 denúncias contra membros do clero na diocese.
Recursos e reparações
De acordo com o documento de falência, a diocese listou seus ativos entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões, com cerca de 1.000 a 5.000 credores. A proposta inclui a criação de um fundo destinado a compensar as vítimas, além de um processo de alocação de ativos para pagar as reclamações.
“Nossa Igreja precisa reconhecer e enfrentar o sofrimento que vítimas de abuso sexual clerical suportaram”, disse Brennan. “Estamos numa jornada de conversão, contrição e reconciliação, que passa pelo reconhecimento e reparo às vítimas.”
Apelo à oração e transparência
O bispo pediu aos fiéis que rezem pelas vítimas durante todo o processo de falência. Ele também autorizou representantes legais da diocese a conduzir as negociações, incluindo a diretora financeira Cynthia Martin e o vigário geral Padre Salvador Gonzalez.
O Diocese de Fresno possui bens estimados entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões, com diversos credores, e atualmente enfrenta um histórico de alegações que atingem a Igreja local por conta de abusos cometidos ao longo dos anos.
Contexto e repercussões
A ação de Fresno reflete uma tendência em várias dioceses nos Estados Unidos, que buscam meios de lidar com o passivo de denúncias de abuso sem parar suas atividades espirituais. Especialistas afirmam que o procedimento visa garantir uma reparação às vítimas enquanto tenta preservar a missão religiosa.
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