Brasil, 3 de julho de 2025
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Indústria registra segunda queda consecutiva e reflete impacto dos juros altos

Apesar de recuo mensal, setor acumula alta de 2,8% em 12 meses, influenciada pelos efeitos da política monetária restritiva

A produção industrial brasileira registrou sua segunda queda consecutiva em maio, refletindo os efeitos da elevação dos juros pelo Banco Central, que visam conter a inflação. Apesar do recuo mensal, o setor acumula alta de 2,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados recentes.

Efeitos dos juros na produção industrial

De acordo com o economista Veloni, o aumento dos juros começa a exercer um impacto importante na indústria, principalmente na demanda por bens de consumo duráveis, como veículos, que tiveram uma baixa de 3,9%. Outro segmento afetado foi o de bens de capital, que registrou uma redução de 2,1%, devido à dependência de financiamento por parte das empresas.

Veloni destacou que “a elevação da taxa de juros está cumprindo seu papel de arrefecer a economia, o que é uma boa notícia na gestão macroeconômica”.

Perspectivas de crescimento e volatilidade

No cenário de 12 meses, o setor industrial mantém uma alta de 2,8% frente ao mesmo período do ano passado, apesar da queda mensal. O economista Rodolfo Margato, da XP, observa que essa comparação anual é influenciada por uma base deprimida em maio de 2024, devido às enchentes no Rio Grande do Sul, o que torna os dados menos robustos.

Para o professor do Ibmec-SP, a tendência de crescimento deve diminuir, prevendo que até dezembro de 2025 o setor esteja mais próximo de um crescimento de 2%. Contudo, ele adverte que a produção industrial é bastante volátil e que a trajetória de queda não será linear.

Variação no PIB industrial e mudança de composição

O especialista Luis Otávio Leal, da G5 Partners, estima que a variação do PIB industrial no segundo trimestre seja próxima de 0%. Ele explica que, diante dos juros altos, a composição da produção deve mudar em 2025, com maior relevância do setor extrativo. Segundo Leal, “o alto patamar contracionista da política monetária vai afetar progressivamente a indústria de transformação, que é mais sensível aos juros”.

A expectativa do mercado é de que o impacto da política monetária restritiva se intensifique ao longo do ano, levando a uma desaceleração maior na atividade industrial.

Para mais detalhes, confira a análise completa em este artigo.

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