Em 30 de junho, o mundo católico perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. O cardeal Luis Pascual Dri, frade capuchinho argentino e confessor do Papa Francisco, faleceu em Buenos Aires, aos 98 anos. Com uma trajetória de intensa devoção religiosa, Dri deixou um legado de compaixão e acolhimento, sendo um exemplo de misericórdia e serviço à Igreja.
O legado de um pastor abnegado
O Papa Leão XIV, por meio de um telegrama enviado ao arcebispo de Buenos Aires, dom Jorge Ignacio García Cuerva, expressou suas profundas condolências à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e aos familiares do cardeal Dri. No telegrama, ele descreveu Dri como um “pastor abnegado” e “muito estimado pelo Papa Francisco”, ressaltando sua dedicação ao serviço de Deus e à vida religiosa. “Ele passou anos dedicando sua vida ao serviço de Deus e da Igreja como confessor e diretor espiritual”, destacou o Papa.
Recordações e ensinamentos
A relação entre o cardeal Dri e o Papa Francisco é marcada por um profundo respeito e admiração. Durante seus anos como Papa, Francisco frequentemente citou Dri como um exemplo de acolhimento e misericórdia, especialmente durante os momentos de confissão. O frade não apenas ouvia as confissões, mas também buscava transformar a experiência em um momento de reconciliação e verdadeira espiritualidade para os fiéis.
A importância do sacramento da reconciliação
Os ensinamentos de Dri sobre a misericórdia se tornaram um pilar no ministério do Papa Francisco. Em suas falas, o Papa recorda como Dri o inspirava a ser um líder mais compassivo e acessível. Um dos ensinamentos mais notáveis que surgiram de suas conversas é a famosa frase do cardeal, onde ele pediu desculpas a Jesus por “ter perdoado demais”. Esse tipo de abordagem humanizava o sacramento da reconciliação, fazendo com que todos se sentissem bem-vindos e entendidos.
O funeral e as homenagens
O funeral do cardeal Dri ocorre nesta quarta-feira, às 9h, horário local, no Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Nueva Pompeya, em Buenos Aires. Este santuário é especial para Dri, que se aposentou neste local em 2007, aos 80 anos, mas continuou a oferecer o Sacramento da Reconciliação por muitos anos. Nos últimos dias, seus restos mortais foram expostos ali, onde uma série de celebrações e momentos de oração foram realizados, permitindo que os fiéis se despedissem de um pastor que dedicou sua vida ao serviço da Igreja.
A reverberação da sua obra
A figura do cardeal Dri permanecerá viva não apenas nas memórias dos que o conheceram, mas também nos ensinamentos que ele deixou. Sua abordagem ao ministério, baseada na disponibilidade e na misericórdia, levará muitos a refletirem sobre como o compadecimento pode transformar vidas. A Igreja agora conta com um novo santo intercessor, cuja história de vida se entrelaça com a sensibilidade pastoral, especialmente em tempos difíceis.
Os sentimentos de pesar pela morte de Dri se estendem non apenas à Arquidiocese de Buenos Aires, mas a todo o mundo católico, que reconhece sua contribuição e impacto. O cardeal será lembrado e honrado por todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecer seu trabalho e testemunho de fé.
Com sua partida, o cardeal Dri deixa um vazio significativo, mas também um convite à reflexão sobre o que significa seguir o exemplo de Cristo, perdoando e acolhendo o próximo, independentemente das circunstâncias. Que sua memória e ensinamentos continuem a inspirar tanto o clero quanto os leigos na busca por uma vida de empatia e compaixão.
Em meio a dor, é possível encontram-se também momentos de profunda gratidão por ter tido um líder tão excepcional, que dedicou sua vida a conectar pessoas em sua jornada espiritual, sempre iluminado pela luz da fé e pelo amor de Deus.
