Antes de se tornar um ícone do cinema, “Jaws” passou por várias etapas e desafios na sua produção. Desde a contratação de atores até técnicas inovadoras com tubarões, os bastidores do filme revelam curiosidades que podem mudar sua visão sobre a superprodução de Steven Spielberg.
Spielberg e a adaptação do livro de Peter Benchley
O diretor Steven Spielberg teve acesso antecipado ao romance de Peter Benchley, publicado em 1974, e imediatamente decidiu transformá-lo em filme. Porém, havia um obstáculo: os direitos já pertenciam a outros produtores, que tinham um diretor diferente em mente. Apesar disso, Spielberg conseguiu uma reunião com Benchley, o que facilitou sua visão cinematográfica.
Diferenças entre o livro e o filme
Algumas subtramas presentes na obra de Benchley foram descartadas na adaptação cinematográfica. Uma delas, por exemplo, mostrava Ellen Brody tendo um caso com Matt Hooper, o que gerou um final mais sombrio na versão original. Essa mudança ajudou a focar na relação tensa entre os personagens principais e na ameaça do tubarão.
Participação de Peter Benchley no filme
Benchley aparece brevemente como repórter de TV transmitindo atualizações na praia. Como ele trabalhou como repórter de televisão, a participação foi natural e uma homenagem ao seu trabalho na mídia.
Escolha do ator para Matt Hooper
Richard Dreyfuss não foi a primeira opção de Spielberg para o papel de Hooper. Antes, o diretor tentou com Jon Voight, Timothy Bottoms e Jeff Bridges. Foi George Lucas quem sugeriu Dreyfuss, com quem Spielberg tinha trabalhado em “American Graffiti”. Após uma segunda conversa, o ator aceitou o papel, mesmo inicialmente não estando interessado.
Filmar com tubarões reais
Antes das filmagens, Spielberg contratou os cineastas australianos Ron e Valerie Taylor para capturar cenas subaquáticas com um grande tubarão branco. Apesar de experientes, as filmagens não correram exatamente como esperado, resultando em momentos de tensão e dificuldades na produção.
Locação e criação do temido tubarão mecânico
Martha’s Vineyard foi escolhida não só pela estética, mas por sua profundidade adequada para o funcionamento do tubarão mecânico. Foram construídos três tubarões, chamados de Bruce, por Spielberg, e seus custos totalizaram cerca de R$ 1,3 milhão na época. O designer de produção, Joe Alves, ficou preocupado que o modelo fosse assustador o suficiente, enquanto a trilha sonora criava uma atmosférica de suspense inesquecível.
A trilha sonora que virou ícone
John Williams compôs a famosa “Tema de Jaws” inicialmente com notas baixas e ritmadas, buscando criar um clima de medo primal. Spielberg achou a composição “muito simples” na primeira audição, mas ela acaba sendo uma das marcas mais reconhecidas do filme, gerando ansiedade em espectadores ao redor do mundo.
Inspirações para os personagens e cenas marcantes
O comportamento e as falas do caçador de tubarões Quint foram inspirados em Craig Kingsbury, um contrabandista de Martha’s Vineyard, que acabou sendo escalado para um papel menor. Além disso, uma cena foi cortada por razões de direitos: Quint interrompendo uma exibição de “Moby Dick”, cuja posse dos direitos pertencia a Gregory Peck.
Rebeldias e conflitos no set
Houve um embate entre os atores Robert Shaw e Richard Dreyfuss. Shaw achava Dreyfuss arrogante, e os dois frequentemente discutiam durante as gravações. Em uma ocasião, Dreyfuss jogou fora o copo de bourbon de Shaw, enquanto ele, irritado, chegou a usar um extintor de incêndio contra o colega.
O famoso “Você vai precisar de um barco maior”
Uma das frases mais icônicas de “Jaws” foi dita de improviso por Roy Scheider: “You’re gonna need a bigger boat”. Essa expressão nasceu de uma brincadeira dos bastidores, ao frustrar as dificuldades de carregar equipamentos pesados a bordo da embarcação.
Impactos duradouros e legado
Os bastidores de “Jaws” demonstram que, apesar dos desafios técnicos e de elenco, o filme alcançou um feito pioneiro na história do cinema de suspense e efeitos especiais. A combinação de inovação técnica, atuações marcantes e trilha sonora memorável permanecem até hoje como referências culturais.
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