Brasil, 3 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Cardeal Tagle alerta sobre desigualdades em missa no Vaticano

Durante celebração na Basílica de São Pedro, cardeal destaca escassez de recursos para necessidades básicas em meio a crescente desigualdade.

Em uma poderosa homilia proferida na manhã de terça-feira, 1º de julho, o cardeal Luis Antonio G. Tagle, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização, fez um apelo urgente aos presentes durante a missa na Basílica de São Pedro, alertando sobre a alarmante escassez de recursos destinados ao abastecimento de alimentos, medicamentos, moradia e educação. A cerimônia ocorreu em meio à celebração do Jubileu das Famílias Religiosas e dos Movimentos de Leigos do Preciosíssimo Sangue, que reuniu devotos de diversas partes do mundo.

Dinheiro para armas, mas não para o essencial

“Há dinheiro suficiente para armas, mas não o suficiente para comida, moradia, medicamentos e educação. A discriminação, a desigualdade e a manipulação dos seres humanos são contrárias à aliança no sangue de Jesus”, destacou Tagle com veemência, enfatizando a urgência da questão durante o evento. A celebração, que teve início no dia 30 de junho, coincidiu com a solenidade da devoção promovida por San Gaspare del Bufalo no século XIX. O cardeal abordou o conceito de aliança e suas repercussões em um mundo permeado por divisões prejudiciais e violências crescentes. No contexto da primeira leitura de Êxodo, ele ressaltou que a aliança entre Deus e Israel é uma “relação pessoal composta por níveis diferentes, mas interligados”.

Ninguém deve ser tratado como estranho

Tagle continuou sua reflexão chamando a atenção para a necessidade de criar um ambiente comunitário onde todos se sintam acolhidos e reconhecidos. Ele citou a carta de São Paulo aos Efésios, sublinhando que, na pessoa de Jesus, discípulos de diferentes nações e culturas não são mais estranhos, mas sim concidadãos e membros da mesma família. “Ninguém deve ser tratado como um estranho, uma ameaça ou um bode expiatório”, afirmou, “mas como um vizinho, um irmão e uma irmã”.

A peregrinação como um encontro de fraternidade

Antes de chegarem à Basílica, os fiéis participaram de uma peregrinação pela Via della Conciliazione, movendo-se em direção à Porta Santa da Basílica do Vaticano. Entre eles estava Anna Rita, que, junto a seu esposo Fabrizio, celebra 40 anos de dedicação litúrgica na paróquia do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, em Roma. Emocionada, ela compartilhava suas experiências: “Vivemos três jubileus e cada um representa um momento para vivenciar a fé de forma intensa, compartilhando alegrias e tristezas.”

Reflexões sobre a vida e os desafios do próximo

Entre os peregrinos, Olga, 60 anos, recém-chegada da Venezuela, contou como a peregrinação é uma oportunidade para parar e refletir: “Devo me esforçar mais para ir ao encontro do próximo? Sacrificar-me se necessário?” O sacerdote indiano, Pe. Das, que acompanhou um grupo de 100 fiéis a partir de Bari, enfatizou que ao se colocarem em caminho, todos levam consigo os sofrimentos e alegrias das pessoas ausentes, semeando assim a presença de Deus pelo mundo.

Esperança em meio ao desespero

O evento também proporcionou momentos profundos de testemunho pessoal. Martha, uma tanzaniana, compartilhou sua jornada de redescoberta após anos de desespero e solidão. Com lágrimas nos olhos, ela contou como a compaixão recebida de um sacerdote mudou sua vida. “Fui ouvida, e isso me deu esperança”, afirmou, destacando a importância da comunidade em sua recuperação espiritual.

Apoio aos necessitados em Mianmar

As Irmãs do Preciosíssimo Sangue, atuando na diocese de Yangon, em Mianmar, compartilharam as dificuldades enfrentadas no contexto de crise política e miséria no país, reforçando seu compromisso em apoiar doentes e jovens que buscam justiça. As religiosas descreveram como o sofrimento gera uma necessidade de ação que transcende fronteiras e leva à solidariedade entre os mais necessitados.

O Jubileu das Famílias Religiosas e dos Movimentos de Leigos do Preciosíssimo Sangue, evidenciando a necessidade de união e participação comunitária, uniu vozes de esperança, conclamando todos a lutar contra a desigualdade e promover um mundo mais justo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes