Desde 2015, quando o casamento igualitário foi reconhecido oficialmente nos Estados Unidos, a participação de empresas no movimento Pride passou por transformações significativas. Quebra de expectativas, mudanças de postura e até regressões marcam essa trajetória até 2025, refletindo o contexto cultural e político de cada época.
Marcas e Pride: uma linha do tempo de apoio e recuos
2015: A era de ouro do marketing LGBTQ+ corporativo
Em 2015, o Target lançou sua campanha #TakePride, com um vídeo de 80 segundos que destacava a celebração da diversidade, reforçando um compromisso de ano inteiro, não apenas durante o mês de junho. A Starbucks também levantou a bandeira LGBTQ+ em sua sede em Seattle, simbolizando apoio público à causa.
Naquela época, marcas como Google, Facebook e Coca-Cola promoviam campanhas inclusivas: Google celebrava a diversidade em suas buscas, Facebook superimava arco-íris nos perfis de usuários, e Coca-Cola veiculava comerciais com famílias LGBTQ+. Essas ações eram recebidas com entusiasmo por movimentos sociais e consumidores que pediam mais visibilidade e respeito.
2025: Mudanças de postura e regressões visíveis
Hoje, o cenário é diverso: muitas dessas ações se reduziram ou desapareceram. Target, por exemplo, mantém coleção de produtos Pride, mas diminuiu sua presença nas redes sociais e a visibilidade na loja física. Mesmo assim, continua sendo patrocinadora de Pride em Nova York.
Tesla, que em 2015 realizou a famosa parada de São Francisco com seu carro arco-íris, não exibiu nenhuma campanha deste tipo em 2025. CEO Elon Musk vem, inclusive, postando comentários criticando o que chama de “wokeismo” na rede social X.
Twitter/X, que em 2015 incentivava usuários a adicionar o arco-íris às fotos de perfil, hoje mantém um posicionamento mais distante. Enquanto marcas tradicionais como Google celebram o mês com eventos e doodles especiais — como o de 2025, dedicado ao hyperpop — outras, como Google, eliminaram solenemente as ações de Pride de suas agendas globais, alegando simplificar processos.
Revisões de apoio: grandes empresas, pequenas ações
Outro exemplo emblemático é a Starbucks, que em 2015 levantou a bandeira branca e roxa em suas sedes americanas. Em 2025, a marca participa de Pride em várias cidades, mas não mantém uma coleção específica ou campanhas ousadas, focando em ações regionais e apoiando eventos locais.
Já na pornografia de apoio, Coca-Cola manteve seu compromisso de divulgar campanhas inclusivas, enquanto marcas como Bud Light, que patrocinavam Pride há 30 anos, não renovaram seu patrocínio de PrideFest em St. Louis este ano, sinalizando mudança de postura.
Entendendo o contexto: por que essa mudança?
Especialistas afirmam que a redução ou mudança nas ações de suporte às causas LGBTQ+ refletem um cenário político e cultural mais fragmentado, com avanços e recuos dependendo do governo e da opinião pública. Algumas empresas, sob pressão de setores conservadores, têm adotado discursos mais neutros ou até de oposição às ações de pride.
Segundo análises recentes, essa oscilação evidencia os riscos de posicionamentos que parecem meramente estratégicos, sem compromisso genuíno com os direitos LGBTQ+. Além disso, a crescente polarização impede ações mais assertivas de corporações na promoção da diversidade.
O que esperar do futuro?
Especialistas indicam que o combate à LGBTfobia e a promoção da diversidade precisam ir além de ações pontuais. A integração de políticas internas consistentes, junto a uma postura autêntica na sociedade, será essencial para que as empresas recuperem a credibilidade junto às comunidades LGBTQ+ e seus aliados.
Enquanto isso, consumidores e ativistas continuam monitorando e cobrando por um compromisso verdadeiro das marcas neste tema tão crucial para a sociedade brasileira e global.
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