No contexto atual, onde as consequências das mudanças climáticas e da degradação ambiental afetam principalmente os mais vulneráveis, a mensagem de Papa Leão XIV para o 10° Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação se torna ainda mais relevante. Com a temática “Sementes de paz e esperança”, o Papa oferece uma reflexão profunda e necessária sobre a responsabilidade de cuidar da criação como parte da fé e da humanidade.
A importância do cuidado com a criação
O Papa Leão XIV, em sua mensagem divulgada em 2 de julho de 2025, destaca que o cuidado do meio ambiente não é somente uma questão ecológica, mas uma questão de justiça social. Ele enfatiza que, em diversas partes do mundo, a natureza está em ruínas, atingida pela injustiça, desigualdade e ganância. Essas condições provocam não apenas o desmatamento e a poluição, mas também a perda da biodiversidade e o aumento dos fenômenos climáticos extremos.
Ele observa que “os fenômenos naturais extremos, causados pelas mudanças climáticas provocadas pelo homem, estão aumentando de intensidade e frequência”. Esse cenário é especialmente devastador para os mais pobres e marginalizados, que são os mais afetados pela degradação ambiental e pelos conflitos gerados por essa crise.
A criação e a luta por justiça
Leão XIV também comenta sobre como a própria natureza se transforma em um campo de batalha, onde o controle dos recursos vitais se torna uma prioridade acima da proteção ambiental. “A criação transforma-se num campo de batalha pelo controle dos recursos vitais”, afirma o Papa, ressaltando o impacto negativo que isto tem nas comunidades mais vulneráveis. Ele menciona que a política da “terra queimada” e os conflitos pela água são apenas alguns exemplos de como a luta pelo poder prejudica o meio ambiente e a sociedade.
Reinterpretação da relação com a natureza
Na mensagem, o Papa traz à tona a importância de reinterpretar a relação do ser humano com a criação, baseando-se na Bíblia. Ele reforça que a leitura dos textos sagrados nos convida a “cultivar e guardar” o jardim do mundo, enfatizando que tal relação deve ser de reciprocidade entre o ser humano e a natureza.
“Enquanto ‘cultivar’ quer dizer lavrar ou trabalhar um terreno, ‘guardar’ implica proteger, cuidar e preservar”, esclarece o Papa, sublinhando que tal relação deve ser responsável e consciente.
Justiça ambiental: uma prioridade
O conceito de “justiça ambiental” é, segundo o Papa, uma “necessidade urgente que ultrapassa a mera proteção do ambiente”. Para ele, é uma questão que conecta a justiça social, econômica e antropológica. Leão XIV afirma que, para os cristãos, essa justiça é uma exigência teológica, encontrando seu fundamento em Cristo, que é a fonte de toda criação e redenção.
“Num mundo onde os mais frágeis são os primeiros a sofrer os efeitos devastadores das mudanças climáticas, do desmatamento e da poluição, cuidar da criação torna-se uma questão de fé e de humanidade”, conclui o Papa, reforçando a ideia de que a proteção ambiental está interligada à ética e à responsabilidade social.
Sementes de esperança
Concluindo sua mensagem, Leão XIV fala da esperança que pode brotar através do trabalho dedicado e terno com a criação. Ele menciona o projeto “Borgo Laudato si’”, uma iniciativa que visa a educação para a ecologia integral, promovendo práticas sustentáveis e solidárias. Este projeto é um legado do Papa Francisco, que representa uma forma de viver e trabalhar em respeito à natureza e às necessidades humanas.
“A Encíclica Laudato si’ acompanha a Igreja Católica e muitas pessoas de boa vontade há dez anos. Que ela continue a inspirar-nos na busca pela ecologia integral como caminho a seguir”, finaliza o Papa, lançando um apelo à ação e reflexão coletiva.
Com a celebração do 10° Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação se aproximando, suas palavras ecoam como um chamado urgentíssimo à responsabilidade de todos nós em relação à natureza e àqueles que mais sofrem com suas crises.
Para mais informações, acesse a mensagem completa aqui.