Brasil, 3 de julho de 2025
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Lula aciona o STF para rever alterações no IOF

Presidente Lula defende judicialização do IOF e reafirma direitos do governo em entrevista à TV Bahia.

No contexto atual das finanças públicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) argumentou nesta quarta-feira (2/7) sobre a recente decisão do governo de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o intuito de contestar a revogação de um decreto que alterou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida aconteceu após o Congresso Nacional derrubar o decreto, o que representou uma significativa derrota para a administração petista.

O posicionamento do governo

Durante uma entrevista à TV Bahia, afiliada da Globo, Lula expressou sua insatisfação com a derrubada do decreto e defendeu a legitimidade de sua ação no STF. O presidente enfatizou que o decreto é um dos instrumentos do executor do poder Executivo e que, portanto, a busca por uma resolução judicial é parte de suas atribuições como presidente. “Se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país”, ressaltou.

“Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele [Congresso] legisla, e eu governo”, disse o presidente, reafirmando a independência dos poderes.

Lula destacou que sua intenção não é simplesmente aumentar impostos, mas sim realizar um ajuste tributário que envolva os mais abastados, para evitar que setores essenciais como educação e saúde sofram cortes orçamentários.

A reação do Congresso

A cúpula do Congresso teve reações mistas diante da ação do governo. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, declarou que o governo possui a legitimidade necessária para acionar a Justiça e que um diálogo deve ser mantido. Lula, por sua vez, negou que esse episódio tenha rompido a relação com os parlamentares e afirmou que conversará com líderes do Congresso após seu retorno de compromissos internacionais.

Desdobramentos legais da ação

A ação que Lula moveu no STF, denominada Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), busca restaurar os efeitos do Decreto nº 12.499, de 2025. Este decreto é fundamental para a formalização do aumento do IOF nas operações de câmbio, crédito e seguros. De acordo com o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, a suspensão do decreto por parte do Congresso representa uma violação ao princípio da separação dos poderes, um dos pilares da democracia brasileira.

  • A ADC é uma medida que visa assegurar a adequação e validade do ato presidido por Lula, buscando proteger os efeitos dessa legislação tributária.
  • Messias argumentou que a conclusão lógica é que o decreto permanece válido, e que o Congresso não poderia tê-lo suspenso.
  • O pedido da AGU é fundamentado em preocupações relevantes sobre a função administrativa do Poder Executivo e a necessidade de manutenção da segurança jurídica.

A importância do diálogo entre os poderes

Apesar da intensidade do embate entre o Executivo e o Legislativo, Lula enfatizou a necessidade de diálogo contínuo e a importância de encontrar um caminho que permita que os direitos do governo, enquanto entidade executiva, sejam respeitados. Para o presidente, o ajuste tributário e a manutenção do IOF é uma questão crucial para garantir recursos financeiros que sustentem as políticas públicas essenciais para a população.

Este cenário revela a complexa relação entre os poderes no Brasil e como decisões que envolvem questões econômicas podem se transformar em batalhas judiciais e políticas. A expectativa agora recai sobre o STF e sua decisão em relação ao pleito do governo, que pode ter implicações significativas para a gestão fiscal e o funcionamento da máquina pública nos próximos anos.

O desfecho dessa disputa não só afetará a implementação de políticas econômicas, mas também terá repercussões sobre a confiança do mercado e a estabilidade das relações entre o governo e o Congresso.

Com a proximidade de novas negociações e a volta de Lula aos compromissos políticos no Brasil, as próximas semanas prometem ser decisivas para os rumos da atual administração.

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