O 14º Dalai Lama declarou nesta quarta-feira (2), em Dharamsala, na Índia, que a instituição do Dalai Lama continuará, apesar de questionamentos relacionados à sua sucessão e às tensões políticas com a China. A celebração pelo seu aniversário de 90 anos reuniu milhares de tibetanos que lotaram templos e espaços públicos na região do Himalaia.
Perspectiva de continuidade diante de incertezas
Embora tenha mencionado anteriormente que poderia ser o último Dalai Lama, Tenzin Gyatso afirmou que o legado do líder espiritual persiste. “A instituição do Dalai Lama continuará”, reforçou durante o início do Congresso Tibetano Religioso, evento que ocorre ao longo de três dias na cidade conhecida por ser o centro do exílio tibetano.
Desafios de uma sucessão complexa
Nessa ocasião, o Dalai Lama detalhou um processo de sucessão diferente do habitual, o que gera divergências e tensões com o governo chinês. Desde a fuga de seu país na década de 1950, após a invasão chinesa, ele desempenhou papel duplo como líder espiritual e político, embora tenha transferido o poder político a um líder eleito em 2011.
O governo da China acusa o líder tibetano de separatista e refuta sua influência sobre os seguidores dentro do território. A repressão por parte de Beijing inclui ações como censura à cultura tibetana, prisões de dissidentes, destruição de lares e controle sobre as práticas religiosas.
Impacto mundial e resistência cultural
Exilados tibetanos e organizações de direitos humanos denunciam ações que consideram tentativa de genocídio cultural, além da separação de famílias e da repressão à língua local. A continuidade da instituição do Dalai Lama é vista como um símbolo de resistência e de luta por autonomia e liberdade religiosa.
Embora sua sucessão seja alvo de disputa, o líder espiritual destacou que os valores do budismo tibetano permanecem vivos. “O legado do Dalai Lama é algo que vai além de minha pessoa”, afirmou.
Reações internas e futuras ameaças
Especialistas avaliam que a declaração reforça a esperança de continuidade da cultura tibetana, apesar do regime chinês buscar limitar sua influência. Nos próximos anos, o mundo observá—rá de perto como ocorrerá a sucessão e qual será o papel do líder espiritual em uma época de incertas relações internacionais com a China.