Brasil, 3 de julho de 2025
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Pesquisa mostra apoio à isenção do IR e rejeição à jornada 6 por 1

Deputados federais apoiam a isenção do imposto de renda, mas se opõem ao fim da jornada 6 por 1, segundo pesquisa Genial/Quaest.

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Genial/Quaest revela as opiniões dos deputados federais sobre diversas políticas em discussão atualmente no Brasil. Um dos destaques do estudo é a proposta de elevação da faixa de isenção do imposto de renda (IR), que obteve a aprovação de 88% dos parlamentares. Ao contrário, a proposta de acabar com a jornada de trabalho 6 por 1 e a exclusão das verbas do Judiciário do limite de gastos foram as mais desaprovadas, com 70% dos deputados se posicionando contra essas ideias.

A pesquisa em detalhes

A pesquisa foi realizada entre os dias 7 de maio e 30 de junho com 203 deputados federais em exercício, representando 40% do total. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento foi feito em um momento crucial, em que se discutem diversas questões ligadas à economia e ao trabalho no Brasil.

Principais resultados da pesquisa

PolíticaA favorContraNS/NR
Elevação da faixa de isenção de IR88%5%7%
Exploração de petróleo da Amazônia83%10%7%
Aumento das penas para roubos76%16%8%
Fim da reeleição para o Executivo, e aumento dos mandatos69%20%11%
Segunda parte da reforma tributária63%29%8%
Proibição de apostas online por beneficiários de programas sociais55%38%7%
Projeto de lei alternativo à anistia54%24%22%
Nova política de ensino à distância53%35%12%
Inclusão de verbas indenizatórias no teto constitucional48%38%14%
Elevação da taxa de IR para os super-ricos44%46%10%
PEC da segurança pública42%42%16%
Projeto de lei dos supersalários32%53%15%
Fim da escala 6 por 122%70%8%
Exclusão das verbas do Judiciário do limite de gastos15%70%15%

A importância da isenção do IR

A proposta de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais é a principalAgenda legislativa do Palácio do Planalto para este ano. A administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) espera que essa nova medida comece a valer em 2026, ano eleitoral. A ideia é beneficiar a classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, melhorar a imagem do governo.

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o aumento da faixa de isenção de imposto de renda para quem recebe até dois salários mínimos, uma mudança que terá um impacto significativo nas receitas do governo, estimado em R$ 3,29 bilhões para este ano e cerca de R$ 5,34 bilhões e R$ 5,73 bilhões nos anos seguintes.

Rejeição à jornada de trabalho 6 por 1

Apesar do apoio popular e o discurso do governo sobre a defesa dos direitos trabalhistas, a proposta de acabar com a jornada 6 por 1 enfrenta resistência significativa dentro do Congresso. Apenas 22% dos deputados estão favoráveis ao fim dessa jornada, enquanto 70% se opõem. Isso ressalta a dificuldade que o governo tem em articular a aprovação de medidas que tocam diretamente nos interesses de grupos setoriais, mesmo diante da defesa realizada pelo presidente Lula sobre a necessidade de promover uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores.

Em seu pronunciamento no Dia do Trabalho, Lula enfatizou a importância de buscar um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores, indicando que a gestão deve aprofundar o debate sobre o assunto. Contudo, até o momento, não existe uma estratégia clara para viabilizar a tramitação da proposta no Congresso.

A visão de especialistas

Analistas políticos acreditam que o governo pode se beneficiar ao focar na aceitação da proposta de isenção de imposto de renda e nas questões que envolvem a justiça social, mas a resistência às mudanças na jornada de trabalho 6 por 1 demonstra que os interesses partidários e corporativos ainda têm grande peso nas decisões políticas.

A pesquisa Genial/Quaest reflete um cenário de importantes mudanças no debate político brasileiro, com as preocupações em torno da economia e do trabalho se tornando cada vez mais relevantes à medida que o governo busca sua recuperação no âmbito da popularidade e da governabilidade.

Nessa dinâmica complexa, será fundamental observar como as negociações e os posicionamentos dos parlamentares evoluirão nas próximas semanas e como isso impactará a implementação das promessas apresentadas pelo governo.

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