Um grupo de hackers ligado ao Irã afirmou ter em sua posse uma grande quantidade de e-mails roubados de membros próximos do ex-presidente Donald Trump, ameaçando divulgar o material em uma ação que autoridades dos Estados Unidos descrevem como uma “campanha de difamação” politicamente motivada.
O que o grupo de hackers revelou
Operando sob o pseudônimo “Robert”, o grupo afirmou que detém mais de 100 gigabytes de e-mails de aliados importantes de Trump, incluindo a chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, o confidente de longa data Roger Stone, o advogado Lindsey Halligan e até a atriz de filmes adultos Stormy Daniels.
O site de notícias Reuters anunciou a história na terça-feira, após se comunicar diretamente com os hackers, que insinuaram a possibilidade de vender o material, embora não tenham fornecido detalhes específicos sobre essa intenção.
A ameaça e o contexto político
A ameaça de vazamento de dados ocorre poucos dias depois que Trump fez uma reviravolta abrupta em uma tentativa inicial de aliviar as sanções ao Irã, logo após o líder supremo Ali Khamenei minimizar os ataques aéreos dos Estados Unidos e de Israel contra instalações nucleares iranianas. Um clérigo iraniano proferiu uma fatwa contra Trump e o Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu, chamando ambos de “inimigos de Deus”.
Resposta das autoridades
A porta-voz da Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA (CISA), Marci McCarthy, classificou o que chamou de “ataque cibernético” como “nada mais do que uma propaganda digital”. Ela descreveu a operação como uma “campanha de difamação calculada”, com o objetivo de “prejudicar o presidente Trump e desacreditar servidores públicos honrosos”.
Os hackers alegam que a violação foi motivada pelo recente envolvimento dos Estados Unidos no conflito de 12 dias entre Israel e Irã, uma guerra que Trump alegou ter interrompido por meio de um cessar-fogo negociado. Embora tenham afirmado ter cessado novos ataques, o grupo disse que retomou suas operações em resposta a essa intervenção militar.
Ligação com o Irã e ações judiciais
Procuradores federais já vincularam o grupo hacker ao Irã. De acordo com o site Axios, uma acusação emitida em 2024 formalizou a acusação contra três cidadãos iranianos envolvidos no grupo “Robert” por sua participação em uma violação anterior das redes de Trump, ligando explicitamente suas operações ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC).
A situação gera preocupações não apenas sobre a segurança cibernética, mas também sobre as implicações políticas e as possíveis repercussões para todas as partes envolvidas. As autoridades americanas continuam a monitorar a situação de perto, enquanto o ex-presidente Trump enfrenta um cenário já tumultuado de questões legais e políticas.
À medida que esse episódio se desenrola, tanto o público quanto os analistas políticos aguardam ansiosamente como as respostas, tanto das autoridades quanto de Trump, se desenvolverão diante de mais essa crise.
Com a crescente complexidade das operações cibernéticas e suas consequências, a vigilância e a proteção das informações pessoais e políticas aparecem como uma prioridade não apenas para os indivíduos afetados, mas para a segurança nacional dos Estados Unidos como um todo.