O ex-presidente Donald Trump anunciou nesta terça-feira (21) que Israel está aberto a aceitar um cessar-fogo de 60 dias em Gaza, com a condição de que o Hamas assine o acordo, potencialmente encerrando o conflito na região. A proposta surge em um momento de intensa escalada da violência, com mais de 70 mortes em Gaza na última semana e um saldo de mais de 1.700 mortos israelenses e palestinos desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023.
Crucial momento para o conflito e negociações
Trump afirmou que “meus representantes tiveram uma reunião longa e produtiva com os israelenses hoje sobre Gaza”. Segundo ele, Israel concordou com as condições necessárias para finalizar o cessar-fogo de 60 dias, durante o qual as partes tentarão encerrar a guerra. “Espero que o Hamas aceite este acordo, pois não vai melhorar — só vai piorar”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social.
O movimento ocorre após uma semana marcada por ataques israelenses que resultaram na morte de mais de 100 pessoas em Gaza, incluindo civis e uma jornalista palestina. Os ataques atingiram escolas e uma cafeteria à beira-mar, enquanto civis que buscavam ajuda foram alvo de tiros por parte de soldados israelenses.
Condições e expectativas do acordo e aliança regional
Trump destacou que mediadores do Egito e do Qatar deverão apresentar a proposta final de cessar-fogo, cujo conteúdo exato ainda não foi divulgado. Segundo informações, o acordo envolveria a libertação de 10 reféns israelenses vivos e de 18 mortos ao longo do período de 60 dias, com a liberação dos demais reféns condicionada a um cessar-fogo permanente. Estima-se que haja cerca de 50 reféns palestinos em Gaza, dos quais a metade acredita-se estar mortal.
O ex-presidente também comentou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “quer” alcançar um entendimento e que uma negociação indireta com o Hamas por parte de Israel poderia começar em breve. O ministro israelense Ron Dermer teria se reunido com representantes dos Estados Unidos e estaria preparado para iniciar essas conversas.
Contexto político e regional
O movimento de Trump ocorre após uma tentativa de aproximação com o Irã, na esteira de uma trégua entre Israel e Irã em junho, após manifestações militares americanas na região. Trump também criticou Netanyahu por alegações de corrupção, chamando as investigações de “caça às bruxas”. As audiências do premier israelense foram adiadas por razões de segurança e diplomacia confidenciais.
Perspectivas e desafios à vista
Embora haja otimismo moderado, as dúvidas permanecem sobre a implementação de um cessar-fogo duradouro, dado o histórico de violência e desconfiança entre as partes. Analistas alertam que, apesar da proposta de Trump, condições políticas internas em Israel e nos grupos palestinos podem dificultar o avanço das negociações, especialmente com o aumento de ataques em Gaza na semana passada.
Especialistas afirmam que, apesar das sinalizações de intenção de paz, o conflito no Oriente Médio continuará sendo um grande desafio diplomático. A comunidade internacional acompanha com cautela as movimentações e as possíveis repercussões de um eventual acordo de cessar-fogo na estabilidade regional.
