Na cidade de Filadélfia, a coleta de lixo foi interrompida, deixando moradores apreensivos diante da possibilidade de acumulação de resíduos sob o sol quente do feriado de 4 de julho. A paralisação dos serviços de saneamento ocorreu após uma greve de quase 10 mil trabalhadores da Federação Americana de Funcionários Estaduais, Concelhos e Municipais (AFSCME) do Conselho Distrital 33, o maior sindicato de trabalhadores de classe operária da cidade.
A greve e seus impactos
Com a greve, os residentes foram obrigados a embalar seu lixo e levar os sacos a 63 locais temporários de descarte, conforme relatado pela afiliada da ABC, WPVI. Essa situação é especialmente complicada, já que o lixo deve ser entregues nos dias em que normalmente seria feita a coleta. Em um esforço para gerenciar a crise, as autoridades da cidade lançaram um plano de emergência e reabriram seis centros de saneamento, disponíveis todos os dias, e mais de 60 centros de segunda a sábado.
Negociações frustradas
A paralisação dos serviços seguiu o colapso das negociações contratuais entre o sindicato e a administração da cidade, que terminou em um impasse na segunda-feira. O sindicato anunciou publicamente a greve na manhã de terça, por meio de uma postagem nas redes sociais que exortou os trabalhadores a “manter os posicionamentos”. O prefeito Cherelle Parker garantiu à população que as festividades de julho seguiriam conforme planejado, mesmo com a dificuldade na coleta de lixo.
No entanto, ela teve que fechar algumas piscinas da cidade e reduzir o horário de funcionamento dos centros de recreação devido à falta de pessoal. Parker também alertou os cidadões para estarem preparados para longos períodos de espera ao ligar para o serviço de emergência 911, dado que a capacidade de atendimento poderia ser afetada pela greve.
A proposta da prefeitura
A prefeita defendeu que a proposta da prefeitura, que incluía um aumento salarial de $2.383 anuais para os trabalhadores e um incremento de 13% em quatro anos, era justa e responsável financeiramente. Contudo, o sindicato pedia aumentos de 8% ao ano nos próximos três anos, reajustes no custo de vida e bônus de até $5.000 para aqueles que trabalharam durante a pandemia de Covid-19. Além disso, foi solicitado que a prefeitura cobrisse os custos de saúde, que representam cerca de $1.700 mensais para cada membro do sindicato.
Parker expressou frustração ao ver sua oferta não ser aceita e afirmou que se sentia decepcionada com a falta de acordo. A cidade se comprometeu a reabrir locais para descarte do lixo, com horários especificados, e os moradores devem garantir que seus resíduos estejam devidamente embalados, podendo descartar um máximo de 8 sacos por visita.
Apelo à comunidade
As autoridades também pediram aos cidadãos que mantenham materiais recicláveis até que a situação do lixo seja normalizada, alertando que a acumulação de resíduos pode representar riscos à saúde e à segurança. A expectativa é que, com a reabertura dos centros de coleta, a situação seja controlada enquanto as negociações continuam em busca de uma resolução que atenda às demandas dos trabalhadores e mantenha a cidade funcionando adequadamente.
Os moradores, por sua vez, foram incentivados a manter seus planos para o feriado e não deixar a cidade, conforme declarado pela prefeita durante a coletiva de imprensa pós-negociações. O futuro da coleta de lixo e dos serviços na cidade de Filadélfia dependerá no entanto do resultado das ongoing atitudes entre o sindicato e a administração municipal.
Em meio a esse embate, a cidade enfrenta o desafio de garantir um ambiente limpo e seguro para seus residentes. Com o feriado se aproximando, a necessidade de uma solução rápida e eficaz se torna ainda mais crítica.
