Brasil, 4 de julho de 2025
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Roberto Campos Neto assume cargo no Nubank após quarentena obrigatória

Ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, inicia nova fase na Nubank, reforçando relações globais e estratégias de expansão

Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central (BC), assumiu nesta terça-feira (1º) os cargos de Vice Chairman e Chefe Global de Políticas Públicas do Nubank. A nomeação ocorreu seis meses após o encerramento de seu mandato, período correspondente à quarentena obrigatória para ex-dirigentes de autarquias, garantindo a ética na transição entre setores público e privado.

Fortalecimento das relações internacionais e expansão global

Campos Neto se reportará diretamente ao CEO do banco digital, David Vélez, e terá como principais funções consolidar as relações com reguladores financeiros internacionais e contribuir para estratégias de crescimento global da instituição.

“Essa contratação reforça a presença do Nubank no cenário financeiro global e a nossa capacidade de dialogar com reguladores em diferentes mercados”, afirmou Vélez, em nota oficial. A chegada do ex-presidente do BC foi oficialmente anunciada pelo próprio Nubank em maio, após o cumprimento integral do prazo legal de quarentena.

Impacto na agenda do ex-presidente do BC

Durante sua gestão no Banco Central, de 2019 a 2024, Campos Neto liderou iniciativas importantes como a implementação do Pix, o desenvolvimento do Open Finance e o fortalecimento dos bancos digitais. Sua atuação foi marcada por uma modernização significativa do sistema financeiro brasileiro.

Indicado inicialmente pelo então presidente Jair Bolsonaro e reconduzido após a aprovação da autonomia do BC, Campos Neto foi substituído por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua entrada no Nubank reacendeu debates sobre os limites éticos na relação entre o setor público e o privado, especialmente diante da supervisão que o banco tinha sob a gestão do ex-presidente do BC.

Reforma no Senado busca restringir transição de cargos

Na mesma data, foi apresentada no Senado uma proposta que pretende endurecer as regras de transição para ex-dirigentes do Banco Central. O senador Cid Gomes (PSB) propõe ampliar de seis meses para quatro anos o período de quarentena obrigatório antes que ex-presidentes e ex-diretores possam assumir cargos na iniciativa privada.

Segundo Cid Gomes, a norma atual não garante a imparcialidade de quem conduz a política monetária do país. A proposta ainda tramita na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, se aprovada, seguirá para votação na Câmara dos Deputados.

Debates sobre ética e limites na transição

Especialistas do setor financeiro e órgãos reguladores questionam se a mudança no período de quarentena reduzirá conflitos de interesse. “Garantir a imparcialidade dos ex-gestores é fundamental para manter a confiança no Banco Central e no mercado financeiro”, avalia a especialista em regulação econômica, Paula Almeida.

Por outro lado, a contratação de Campos Neto pelo Nubank representa uma mudança de postura na trajetória de ex-presidentes do BC, que anteriormente seguiram carreiras em organismos internacionais ou no setor financeiro privado, mas com tempos de transição mais curtos.

A proposta de lei complementar ainda aguarda despacho para análise nas comissões do Senado e pode passar por votação no plenário, dependendo do andamento legislativo.

Fonte: IG Economia
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